O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) tem uma história de mais de 20 anos no tratamento diferenciado aos projetos inovadores e de base tecnológica, com a criação de uma unidade operacional voltada ao apoio institucional e ao financiamento dessas empresas e no desenvolvimento tecnológico e inovação de empresas de setores tradicionais da economia.
Nesse período, o BDMG constituiu políticas de crédito que privilegiam e incentivam o desenvolvimento das empresas de base tecnológica, por entender que elas absorvem em seu quadro de pessoal profissionais com alta capacitação técnica em suas respectivas áreas de conhecimento, aplicam tecnologia aos produtos e serviços, gerando valor agregado, e investem continuamente em P&D. Em contrapartida, essas empresas apresentam-se como de maior risco, em razão da própria natureza de suas atividades inovadoras, de retorno financeiro incerto e consumidora de investimentos para a constante atualização tecnológica de seus produtos, processos e serviços, razões para adoção de políticas de financiamento diferenciadas.
No período mais recente, entre 2000 e 2010, o BDMG financiou mais de 200 empresas inovadoras de todos os portes e setores, gerando cerca de 310 contratos e totalizando financiamentos superiores a R$ 160 milhões. A receita gerada por essas empresas atingiu mais de R$ 2 bilhões/ano. Os principais produtos financeiros utilizados foram o FUNDESE Base Tecnológica, PROMITEC (primeira parceria com a FAPEMIG), PROE-Eletrônica e fontes do BNDES.
Na atual administração e dentro de uma visão mais estratégica, o apoio à inovação tornou-se uma das três grandes áreas de atuação do BDMG, juntamente com a agilidade ao atendimento às micro e pequenas empresas e ao financiamento dos municípios mineiros.
Assim, um novo desafio enfrentado pelo BDMG para o financiamento aos projetos inovadores era o desenvolvimento de novos produtos financeiros que atendessem à demanda de mercado, ofertando condições mais adequadas ao crédito para a inovação de produtos, processos e serviços, que incluíam a necessidades de taxas mais baratas, prazos longos e a flexibilização das garantias.
Quando falamos em inovação, temos sempre que pensar no apoio às pesquisas científicas, ao desenvolvimento tecnológico, à interação universidade/empresa, ao empreendedorismo; e uma instituição que se caracteriza por ser um agente indutor dessas iniciativas é a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Minas Gerais – FAPEMIG. E assim, mais uma vez o BDMG e a FAPEMIG se uniram para viabilizar, em julho de 2011, o lançamento de duas linhas de financiamento, o Pró-Inovação e o PROPTEC, com as seguintes características:
PROPTEC: financiamento exclusivo para investimentos fixos e capital de giro associado de empresas instaladas em Parques Tecnológicos, com flexibilização de garantia e custo fixo, sem indexador. Trata-se de uma ação estratégica para incentivar a consolidação dos parques em Minas Gerais, desde que homologados pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Pró-Inovação: financiamento de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, outros ativos fixos e intangíveis e capital de giro de projetos inovadores. A sua orientação requer a apreciação do mérito da proposta para enquadramento em Comitê constituído por representantes do BDMG, FAPEMIG, SEBRAE e SENAI/CETEC. Também apresenta vários diferenciais relacionados aos encargos fixos, longo prazo e flexibilização de garantia.
Na busca contínua de recursos para inovação o BDMG fez, ainda, parceria com a FINEP e o BNDES para repassar, respectivamente, as linhas de crédito Inovacred e MPME Inovadora. Esses recursos de origem federal também apresentam condições adequadas às necessidades das empresas inovadoras.
Montado esse significativo portfólio de produtos de financiamento à inovação, os resultados dos três últimos anos foram o financiamento de 103 empresas, no valor total de R$ 102.240 mil, distribuídos conforme os próximos gráficos:
Nos gráficos, pode-se observar a relevância dos projetos de biotecnologia e Biociências nos investimentos apoiados, sendo o setor que mais recebeu financiamento e o segundo maior em número de empresas financiadas.
Cabe ainda ressaltar que o BDMG também ampliou sua forma de atuação com a participação em Fundos de Investimento em Empresas Emergentes (FIEE) e de Participações (FIP), contribuindo para o desenvolvimento de negócios inovadores e com a cultura de venture capital no Estado. São cinco os fundos já investidos, quais sejam, HorizonTI, AvanTI, DLM Brasil TI, Brasil Sustentabilidade e Criatec II, além dos compromissos assumidos para 2015 com o Criatec III e Brasil Aceleradora de Startups.
Assim, as perspectivas de apoio e financiamento das empresas inovadoras e, em especial, do setor de Biociências e biotecnologia continuam como estratégicas nas políticas de crédito do BDMG, sempre na busca pelo aprimoramento dos mecanismos de desenvolvimento das empresas mineiras.
Carlos Fernando da Silveira Vianna Gerente Geral Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) www.bdmg.mg.gov.br
Este case é parte integrante do Diagnóstico do Setor de Biociências em Minas Gerais, elaborado pela Biominas Brasil em parceria com o SEBRAE Minas. O Diagnóstico apresenta um comparativo entre o ambiente de negócios do segmento de 2004 e de 2014. O estudo analisa quatro fatores essenciais na geração de um ambiente inovador nas empresas: estratégia de pesquisa e desenvolvimento e inovação; estabelecimento de parcerias; recursos financeiros para a inovação; políticas públicas voltadas para a inovação. Este Diagnóstico traz ainda conclusões que buscam orientar as discussões entre os principais agentes envolvidos e contribuir para o avanço e a consolidação do setor de Biociências em Minas Gerais.
Faça o download gratuito do Diagnóstico completo no site da Biominas (www.biominas.org.br) e do Sebrae (www.sebrae.com.br).