Como transformar pesquisa científica em produtos para o mercado? Este foi um dos assuntos mais discutidos durante o VIII Seminário de Empreendedorismo e Inovação – SIMINOVE, que aconteceu na terça-feira, 16 de junho, na Fundação Ezequiel Dias – FUNED. A novidade desta edição é o foco em “Ciências da Vida” e reuniu pesquisadores, estudantes de quatro instituições da área em Belo Horizonte: FUNED, Biominas Brasil, Fundação Hemominas e Centro de Pesquisas René Rachou – Fiocruz Minas, além de empresários e outros interessados. 300 pessoas se inscreveram para o evento.
Abertura
Na abertura, a diretora da Fiocruz-Minas, Zélia Maria da Luz, destacou como pontos positivos do evento, a aproximação entre as 4 insituições participantes de pesquisa da área da saúde por meio do tema inovação, o que é fundamental para a criação de redes de pesquisa mais consistentes.
A diretora da Biominas, Angélica Sales, falou sobre a trajetória de sucesso da instituição no apoio ao empreendedorismo no setor. Em 25 anos, a Fundação gerou mais de R$ 1 bilhão em faturamento, disse.
O vice-presidente da Fundação Hemominas, Geraldo Guedes, mencionou os 75 projetos de pesquisa na área de hematologia em parceria com outras redes de pesquisa e a importância do Núcleo de Transferência Tecnológica – NIT da instituição.
A vice-presidente da Funed, Cármen Lúcia Gomes, ressaltou que o momento é propício para que a Fundação se organize como Instituto de Ciência e Tecnologia. Ela destacou a importância das pesquisas tecnológicas como uma excelente oportunidade para geração de recursos financeiros e a melhoria do Sistema Único de Saúde – SUS.
O superintendente de Inovação Tecnológica da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Roberto Rosenbaum, falou sobre a complexidade dos negócios de biotecnologia, mas ressaltou que é preciso resiliência para superar as dificuldades de se criar uma empresa desta área.
Houve também a entrega do Prêmio Desafio+Ciência para a instituição, cidade e escola que mais promoveram atividades na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2014. O Prêmio objetiva reconhecer projetos criativos e inovadores para popularização da Ciência e a Tecnologia. Os vencedores do Desafio + Ciência são:
Também aconteceu pela manhã o lançamento da OncoTag, a primeira spin-off da Funed (ou seja, uma empresa nascida na instituição), que conta com o suporte estratégico da Biominas. A missão do novo empreendimento é prover tratamentos oncológicos na medida certa. Para isso, possui um laboratório de análises genéticas com foco em oncologia de precisão, para diagnóstico e desenvolvimento de medicações e tratamentos mais assertivos para os pacientes de câncer. O projeto-piloto da empresa foi criado no Programa de Incentivo à Inovação – PII realizado na Funed, com apoio do Simi.
Palestras na manhã
O sócio da Remer Vilaça e Nogueira, Fernando Seixas, proferiu a palestra “A importância de patentear novas ideias”; o Diretor Comercial Corporativo do Hermes Pardini, Alessandro Ferreira, apresentou o Caso de sucesso em Inovação Aberta do Grupo; e o professor da IFSC-USP e ex-presidente do CNPq, Glaucius Oliva, apresentou o Ciclo da Inovação formado pela interação entre academia, governo e mercado.
Tarde
O Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig, Paulo Beirão, falou dos benefícios da Articulação em Redes de Pesquisa. Ele ressaltou que é preciso duplicar o número de pesquisadores para que o país acompanhe a média mundial.
O coordenador de Empreendedorismo da Biominas, Rafael Silva, apresentou a Incubadora Habitat (gerida pela Biominas), pela qual já passaram 52 empresas. Atualmente, 16 delas fazem parte do processo de incubação. Entre elas está a Myleus, que teve o caso de sucesso comentado pela empreendedora Mariana Bertelli. A Myleus realiza testes de DNA para identificação de espécies vegetais e animais. Os testes têm a vantagem de atender a qualquer ponto da cadeia produtiva.
O presidente da Ampligenix Biotech (empresa incubada na Habitat), Leonides Rezende Júnior, fez uma palestra sobre como “Transformar ideias em notas fiscais recebidas”. Ele contou sua trajetória como empreendedor de biotecnologia e disse ser preciso uma grande paixão para que grandes ideias se transformem em notas fiscais, entretanto, a paixão não deve ser cega e pode criar problemas.
Realização
Esta edição do Seminário de Empreendedorismo e Inovação – Siminove foi uma ação da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), por meio do Sistema Mineiro de Inovação (Simi), em parceria com a Fundação Ezequiel Dias, Biominas Brasil, Fundação Hemominas e Centro de Pesquisas René Rachou – Fiocruz Minas.
Confira algumas apresentações dos palestrantes, clicando aqui. Para mais fotos, clique aqui. Leia a matéria na íntegra: SIMI Por: Pedro Paturle Fotos: Fábio Veloso/ Divulgação Simi