Os países emergentes constituem hoje uma grande fonte de interesse para investimentos no desenvolvimento técnico, científico e industrial, sendo que o mercado da América Latina tem crescido em importância ao longo dos anos. No Brasil, existem áreas preponderantes e com grande representatividade internacional, relacionadas principalmente à Biotecnologia, como o mercado farmacêutico, de diagnóstico in vitro, de agricultura e de energia. Esse fato é balizado pela crescente estabilidade política e econômica, incentivos governamentais e legislações alinhadas ao respeito à Propriedade Intelectual, à Declaração de Helsinki e às Diretrizes de Boas Práticas Clínicas da Conferencia Internacional de Harmonização (ICH). Associa-se a esses fatores, a presença de Universidades e Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT) de reconhecida excelência e a biodiversidade brasileira, fonte de recursos e matérias primas naturais para o desenvolvimento de novas biotecnologias. Observa-se, ainda, a indústria nacional se despertando para a importância da inovação tecnológica na manutenção da sua competitividade e sobrevivência, o grande interesse de empresas internacionais no Brasil e o florescimento dos fundos de investimento. O Brasil é o maior mercado da América Latina, concentrando considerável número de empresas de Biotecnologia e apresentando, portanto, todas as condições para liderar esse setor.
Nesse contexto, o BioPartnering Latin America (BPL) é um mecanismo bastante propício para estimular a interação entre as Universidades e Instituições de Ciência e Tecnologia e o setor produtivo, condição fundamental para a consolidação da cultura da inovação. De um ponto de vista mais pragmático, o BPL apresenta-se como um espaço para que as Universidades e ICTs possam apresentar suas tecnologias e projetos inovadores, além do potencial de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços tecnológicos, enquanto o setor empresarial poderá buscar soluções inovadoras para suas demandas tecnológicas. A convergência desses objetivos deve resultar em parcerias que trarão benefícios para todos os atores do processo de inovação: academia-empresa-sociedade. Cabe destacar também que a participação de empresas internacionais no BPL representa uma oportunidade para que as tecnologias aqui desenvolvidas alcancem o mercado mundial.
Ao apoiar a realização do BioPartnering Latin America 2011, a UFMG, através da sua Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica – CTIT, pretende reafirmar seu papel ativo no fomento a interação academia-empresa, que, hoje, no Brasil, representa uma das principais vias de transferência de produtos e serviços de alta tecnologia para a sociedade.
Pedro Guatimosim Vidigal, MSc, MD.
Professor Associado
Vice-Diretor da Coordenadoria de Transferência e Inovação tecnológica – CTIT
Universidade Federal de Minas Gerais