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Acertando na inovação aberta: como obter resultados reais para a sua empresa

A evolução tecnológica atualmente acontece em um ritmo cada vez mais acelerado. Para se manterem competitivas no mercado, as empresas buscam desenvolver ações de inovação aberta, mas essa não é uma tarefa nada fácil. Por vezes não sabemos por onde começar, existe uma resistência interna (como diferenças culturais relacionadas à inovação e burocracia que dificulta o processo) ou nossas tentativas não foram bem sucedidas. A inovação aberta  pode ser feita por meio da incorporação de tecnologias que vem de fora da empresa, seja por meio de outras empresas, ICTs ou startups, e também no fluxo inverso: de dentro para fora da empresa. Neste artigo, vamos focar em abordagens de sucesso para estabelecer relações com startups.

Atualmente, 78% das empresas nos EUA e Europa atuam com processos de inovação aberta, mas por quê se relacionar com startups pode ser uma boa estratégia? Primeiramente, a colaboração externa diminui os custos e tempo de desenvolvimento de novas tecnologias, pois quando inicia a relação com a startup, parte ou a totalidade da tecnologia já foi realizada. Aliás, a estrutura de uma startup facilita o relacionamento com a mesma. Sua constituição jurídica é simplificada e trabalham com metodologias ágeis de gestão, o que acelera os processos de contratação, aquisição e outras relações. Além disso, os custos e riscos são divididos entre a organização e a startup, que traz soluções inovadoras que podem fazer a diferença para inserir um novo produto no mercado, gerando um diferencial competitivo frente aos seus concorrentes. Existem diferentes formas de se relacionar com startups, e abaixo listamos os 5 principais:

 

1. Co-desenvolvimento

O co-desenvolvimento trata de uma relação entre uma startup ou tecnologia advinda de uma universidade ou centro de pesquisa e uma grande empresa. O intuito é desenvolver, juntos, um novo produto ou serviço. A startup entra com a nova tecnologia, e a grande empresa com a estrutura necessária para escalonar, e colocar o novo produto no mercado. O grande benefício dessa relação de ganha-ganha é a divisão de riscos e ganhos financeiros entre as partes. 

 

2. Licenciamento

O licenciamento envolve a exploração de produtos ou serviços protegidos por propriedade intelectual, sendo uma espécie de “aluguel” da tecnologia, em que a titularidade não é alterada, apenas é combinado um período de uso dentro de condições previamente estabelecidas. A grande empresa tem então o direito de explorar a tecnologia, em troca do pagamento de royalties para os detentores da mesma, e para a instituição de ciência e tecnologia (ICT) à qual os inventores estão vinculados. Um exemplo de licenciamento é o da vacina Leish-Tec, para prevenção de Leishmaniose Visceral Canina, para a empresa Ceva, que produz em larga escala e distribui a vacina para todo o Brasil. 

 

3. Aquisição

A aquisição consiste na compra de uma empresa nascente, significando a incorporação das tecnologias e por vezes contratação de pessoal envolvido. A vantagem deste modelo é o ganho de controle sobre a tecnologia e das decisões estratégicas no negócio.

 

4. Contratação

A contratação é um acordo entre partes, onde um serviço é prestado em troca de um pagamento financeiro. Como exemplo, podemos citar a contratação da startup Arkmeds, que possui um software de gestão de empresas de manutenção e engenharia clínica pela Unimed, que utiliza seus serviços.

 

5. Financiamento/Investimento

O financiamento de grandes empresas em novas tecnologias visa fomentar o desenvolvimento tecnológico de uma nova solução, como um aporte no sistema de pesquisa e desenvolvimento. No investimento, a grande empresa toma parte da empresa investida (equity), se tornando sócio dela. A intenção é estabelecer uma relação mais séria, demonstrando intenção de outros vínculos com o inventor da tecnologia. Um exemplo de investimento é o da farmacêutica brasileira Libbs na startup Pluricell. O aporte foi de R$ 1M, para o desenvolvimento de uma terapia celular regenerativa para doenças cardiovasculares. Como financiamento, temos o exemplo da farmacêutica Ferring que cedeu grants à pesquisadores que lideram linhas de pesquisa de seu interesse.

 

E onde encontrar pessoas que tenham tecnologias funcionais para a sua empresa, ou que estejam dispostas a desenvolvê-las? Veja só oportunidades de iniciar esta relação:

  • Programas de pré-aceleração e aceleração

Feitos para estruturar e validar modelos de negócios, os programas de pré-aceleração e aceleração de startups são ambientes propícios para conhecer empreendedores que estão desenvolvendo suas tecnologias e iniciando sua entrada no mercado. Se sua empresa estiver financiando um desses tipos de programas, a interação pode ser bem próxima, o que traz uma perspectiva mais realista dos resultados a serem obtidos em uma relação posterior com aquela startup em questão.

  • Hackathons

Uma experiência intensiva de desenvolvimento de soluções para um problema direcionado, lançado por uma empresa. Hackathons são uma boa oportunidade para observarmos a criatividade, trabalho em grupo e reação sob pressão das equipes.

  • Desafios

Lançados por grandes empresas, os desafios mesclam hackathons (por terem um tempo curto para acontecer) e programas de pré-aceleração e aceleração (pelo acompanhamento próximo e mentorias dadas). São uma maneira rápida de observar a performance das startups e vislumbrar outras possíveis interações com elas.

  • Feiras de startups

Feiras de startups acontecem tipicamente dentro de um evento maior, como uma conferência ou outros eventos de inovação. Como as startups estão expondo seus projetos, é possível conversar com mais calma com cada equipe e conhecer as iniciativas mais a fundo.

  • Prospecção ativa

Contratando uma empresa de consultoria, é possível  ter resultados objetivos para a demanda da sua organização. A prospecção ativa se faz por meio da busca de tecnologias no nível de maturidade e área desejados. Desta forma, startups que atendem às expectativas da organização podem ser identificadas.

 

Isso não significa que a inovação aberta acontece apenas de fora para dentro da corporação: A outra parte que compreende a inovação aberta trata de divulgar as tecnologias feitas in house para entidades externas (startups, grupos de pesquisa), a fim de agilizar o processo de desenvolvimento de novos produtos. Ou seja, adotar a inovação aberta não significa abandonar o P&D tradicional, e sim fazer um uso equilibrado de ambas abordagens. Segundo Henry Chesbrough, professor da Universidade da Califórnia – Berkeley e criador do termo open innovation, abrir as ideias desenvolvidas internamente (principalmente aquelas descartadas ao longo do caminho) para terceiros pode trazer a possibilidade da tecnologia ser vista com outros olhos. Isso potencialmente proporciona  benefícios diversos, como entrar em novos mercados e ter novos usos para a tecnologia em questão.

“De maneira mais geral, se você observar quantas empresas de patentes existem, a maioria das pesquisas mostra que a grande maioria dessas patentes não é praticada internamente, nem licenciada externamente. Portanto, existe um grande poço de recursos e conhecimentos não utilizados que podem ser liberados se pudermos encontrar maneiras de fazê-lo.” – Henry Chesbrough 

 

O segredo está em cuidar da cultura interna da sua empresa, para que tanto a tecnologia que vem de fora, quanto a que vem de dentro da empresa, sejam bem aceitas. É isso mesmo: a chave para uma boa inovação aberta está na aceitação interna desse conceito na sua empresa. Não se trata apenas de oferecer treinamentos sobre metodologias ágeis, design thinking e inovação.É preciso  reestruturar algumas áreas e mobilizar recursos para que a inovação aberta aconteça de forma efetiva. Isso significa mobilizar recursos financeiros e especialmente de pessoal para fazer a nova estratégia acontecer. 

Se bem praticada, a inovação aberta potencializa os resultados e faz a empresa ter vantagens competitivas com um esforço menor do que desenvolvendo tudo internamente.

 

Agora que você já possui as informações necessárias para acertar na inovação aberta, que tal ler um pouco mais sobre Inovação Aberta e Prospecção Tecnológica?

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