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BH quer virar capital da ciência

Matéria publicada pelo Estado de Minas, em 29/05/2011.

Belo Horizonte quer abrir as portas para o mundo e se consolidar como a capital da inovação, da tecnologia de ponta e da ciência. A meta tem prazo em 2014, e visa engrenar arranjos produtivos locais nas áreas de biotecnologia (especialmente em medicamentos e vacinas), tecnologia industrial, energia, alimentos e eletroeletrônica. Para se ter ideia da grandeza do setor, os dois carros-chefe em inovação no estado, as áreas de software e biotecnologia, movimentaram em 2010 R$ 3,5 bilhões, com a geração de mais de 8 mil empregos.

Os quartéis-generais da alta tecnologia, que têm como missão atrair empresas e investimentos, têm endereço e já estão saindo do papel. O primeiro, anunciado há cinco anos, é o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec). O segundo se ergue em torno de uma ideia simples, mas ousada: transformar uma área de 1 milhão de metros quadrados em Cidade da Ciência e do Conhecimento, área onde já funcionam instituições que desenvolvem pesquisa, tecnologia, processamento de dados, consciência cultural e ambiental. A grande manobra é a proposta de fazer com que elas atuem em conjunto e funcionem como ímãs para parcerias estratégicas.

O projeto da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) propõe a integração entre as estruturas do Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, Escola Estadual Técnico Industrial Professor Fontes, Fundação Biominas, Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e Plug Minas – Centro de Formação e Experimentação Digital, assim como a extensa área verde do antigo Instituto Agronômico. “Nossa ideia é fazer com que essas instituições conversem entre si, compartilhem o espaço. Para isso, queremos desenvolver o conceito de uma cidade moderna”, explica o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues.

BH se consolida como polo de biotecnologia

Do casamento perfeito entre inovação, tecnologia e criatividade nascem ferramentas para melhorar a qualidade de vida das pessoas e transformar o bem-estar social. Belo Horizonte se consolida como a nova capital high-tech do Brasil e dos laboratórios e pátios de empresas de última geração surgem importantes descobertas. Esses celeiros de ideias respondem pelo nome de incubadoras de empresas. Elas movimentaram no ano passado R$ 124 milhões, criaram 1.726 novos produtos e serviços inovadores e geraram 9.685 empregos, segundo o Sistema Mineiro de Inovação, ligado à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Simi/Sectes).

Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a referência é a Inova, que apoia iniciativas de todas as áreas do conhecimento e já graduou mais de 60 empresas e projetos desde a sua fundação, em 1996. Na iniciativa privada, a Habitat se destaca em negócios de biotecnologia e biociências. Criada por convênio entre a Fundação Biominas, o governo estadual, a prefeitura e a UFMG, a incubadora dá suporte hoje a 20 empresas residentes.

Uma das mais promissoras é a Edetec Indústria Alimentícia, que já registrou até patentes na área de produção de alimentos para nutrição clínica. Do soro do leite, normalmente jogado no lixo pelos laticínios, um grupo de pesquisadores da empresa consegue extrair proteínas e transformá-las em rico pó usado na dieta de pacientes em hospitais. A tecnologia nasceu nos laboratórios da Escola de Farmácia da UFMG, recebeu investimentos do Fundo Criatec do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e é um rentável negócio na Habitat. “O trabalho era uma linha de pesquisa, para a qual desenvolvemos uma tecnologia especial, e agora temos patente no mercado. Desde então, estamos em busca de investimentos para construir uma fábrica”, explica o diretor industrial da Edetec, Wendel Afonso.

No laboratório ao lado, a inovação fica por conta da In Vitro Cells, que, desde 2009, faz análises de qualidade em cosméticos. Cremes e rímeis antes testados em coelhos agora são aplicados em células cultivadas ou em córneas de animais mortos para a indústria alimentícia. O cuidado para evitar cobaias rende às empresas com produtos aprovados pela In Vitro Cells um selo verde. “Fazemos testes de segurança em cosméticos e o diferencial é a redução ou até a eliminação de animais em nossos experimentos. As pesquisas começaram no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e na Escola de Farmácia da UFMG e hoje temos seis funcionários na empresa incubada na Habitat”, conta a diretora financeira Ana Cristina Amâncio.

Em modernos microscópios e equipamentos de última geração, pesquisadores do Centro de Pesquisa em Biotecnologia (Cebio) trabalham pela saúde pública. Referência na prestação de serviços para a indústria farmacêutica, a empresa faz testes de absorção de medicamentos, uma das exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para autorizar a venda dos produtos. “Nosso trabalho é importante para a produção de genéricos e similares, pois analisamos se os medicamentos são tão seguros e eficazes quanto os de patente original”, afirma o coordenador do laboratório analítico da Cebio, Thales Ribeiro Cardoso.

Foi a competência regional que ajudou a capital a fortalecer esse caminho pela busca de mais investimentos em empresas tecnológicas. Segundo Fabrício Martins, gestor de parcerias do Simi/Sectes, o movimento teve início na UFMG, principalmente pelo fato de a universidade ser excelência em diversos cursos de pós-graduação. “O que houve foi que as experiências transbordaram da universidade para a sociedade, para o mercado. Eram professores e recém-formados que queriam investir em empresas para dar continuidade a pesquisas e projetos. E isso é tudo novo, coisa de 15 anos para cá. Daí, empresários perceberam que inovação e tecnologia davam futuro. A Fumsoft e a Biominas foram criadas na década de 1990”, diz.

Integração

Em terreno de 9 mil metros quadrados no Bairro Horto, a Habitat/Biominas vai integrar o novo projeto da Cidade da Ciência e dar ainda mais visibilidade e criatividade produzida em seus laboratórios. “Vejo com ótimos olhos a iniciativa, que vai ajudar a consolidar BH e Minas como importante polo de biotecnologia. A interação vai trazer facilidades para que as inovações e os produtos se transformem em melhorias de saúde e vida da sociedade”, explica o presidente da Biominas, Eduardo Emrich.

A região é privilegiada: na Avenida José Cândido da Silveira passam 13 linhas de ônibus, há duas estações do metrô, ela tem saída para Sabará e está ao lado da Linha Verde.

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