Evento de inovação realizado na última quarta-feira (13) contou com palestrantes de diversas partes do país e celebrou o final do programa de pré-aceleração da Biominas.
Inovação – Na última quarta-feira, 13 de novembro de 2024, o evento Biominas PowerTalks: BioStartup Lab Edition reuniu lideranças em inovação para celebrar o encerramento da 8ª edição do programa de pré-aceleração da Biominas. Realizado em Belo Horizonte com o apoio da Fapemig, o evento contou com especialistas, empreendedores e representantes dos setores de inovação, academia, mercado e governo, discutindo os rumos do ecossistema de Ciências da Vida no Brasil.
A Gerente de Operações e Parcerias da Biominas Brasil, Isabela Allende, abriu o evento abordando o papel da instituição na construção de um ecossistema de inovação robusto. Ela destacou a trilha empreendedora que a Biominas oferece, permitindo que ideias inovadoras sejam transformadas em negócios de impacto, e adiantou algumas ações previstas para 2025, quando a instituição celebrará seus 35 anos, incluindo a 9ª edição do BioStartup Lab, que terá inscrições a partir de janeiro.
Segundo o CEO e Presidente da Biominas Brasil, Eduardo Emrich, o BioStartup Lab tem um significado muito importante para a instituição. “O programa foi criado em 2016 e foi uma forma de acelerar drasticamente o número de projetos que vínhamos ajudando desde da década de 90. Já trabalhávamos incubando empresas, mas ele nos tornou efetivamente um programa nacional de grande amplitude, acessando projetos do país intero”, explicou.
Da bancada ao mercado
Na parte da manhã também tivemos o painel “Da bancada ao mercado: como transformar ciência em impacto social e econômico” que trouxe experiências diversas sobre o processo de transformar conhecimento e pesquisas em impacto. O Dirigente da Anprotec, Marcelo Santos, comentou que não há uma fórmula mágica. “Quando falamos de academia temos problemas culturais. Outro desafio é: tenho uma ideia, o que faço com ela? Nesta hora entra o papel de instituições como a Biominas, trabalho que tem evoluído muito nos últimos anos”, destacou.
Para o Assessor de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Wim Degrave, a colaboração entre diferentes instituições é essencial. “Deveria ser obrigatório olhar para o desenvolvimento industrial do seu estado e aproveitar o que há de melhor nas suas ICTs”. Degrave também destacou que a cooperação é fundamental ao pensar o mercado internacional. Já a Coordenadora Executiva da Rede Lide em CT&I, Cristina Rocha Guimarães, reforçou a importância de envolver a população. “A gente precisa envolver a sociedade no processo de construção da ciência, tecnologia e inovação. Se ela não se apropriar disso, não adianta”, pontuou.
Inovação e Impacto: apoio às deep techs
Na parte da tarde, o painel “Empreendedorismo e Inovação: Como as Instituições Estão Fomentando Novas Tecnologias”, reuniu lideranças do ecossistema para falar sobre as ações que suas instituições estão realizando para fomentar a inovação. A Gerente de Inovação e Empreendedorismo do CNPEM e Gestora da Unidade Embrapii-CNPEM, Patrícia Toledo, destacou a importância de uma infraestrutura adequada para deep techs, startups de base científica que exigem maior apoio para acessar infraestruturas complexas e caras. “Temos de unir forças e sensibilizar todos os agentes para a importância de ter um olhar diferenciado para as deep techs”, ressaltou.
O CEO do BH-TEC, Marco Crocco, acrescentou que o momento é propício para a ciência e inovação. “Com a maturidade dos ambientes de inovação e novas políticas públicas, temos uma oportunidade real de entregar resultados impactantes”, completou.
Para o Diretor de Operações no CIETEC, Felipe Maruyama, o ponto central da conversa foi que as pessoas não estão sozinhas e que elas podem buscar apoio em diferentes instituições e ambientes de inovação e empreendedorismo. “Felizmente, apesar de haver diversos desafios, o nosso ecossistema tem se desenvolvido muito e cada vez mais. As nossas ofertas e recursos estão cada vez mais diversas para oferecer a exigência de pesquisadores e pessoas que queiram empreender e inovar para que elas consigam extrapolar o seu potencial e gerar cada vez mais impacto”, informou.
Em Minas Gerais, uma das instituições que podem ser buscadas é a Fapemig. Segundo o Assessor do Gabinete da Presidência da instituição, Flávio Rodrigues, a Fapemig apoia o ecossistema por meio de editais. “Contamos com diversas linhas e a própria Biominas recorreu à Fapemig em diversos momentos. Os nossos recursos são de subvenção econômica, mas temos algumas linhas de fundos que fazemos efetivamente investimentos e além de outra de crédito junto ao BDMG”, explicou.
VitaHub: inovação e saúde em foco
No painel dedicado ao setor de saúde, tivemos os representantes de instituições de saúde que participam do programa da Biomina, VitaHub. Durante a conversa os participantes falaram sobre como suas instituições estão trabalhando inovação aberta.
Segundo o Gestor da Gerência Assistencial do Felício Rocho, Alexandre Sete, no hospital eles possuem um escritório de núcleo de valor associado a tecnologia da informação. “Temos trabalhado não só em cima de dados, para se aproximar do paciente da necessidade dele, mas com algumas inovações de equipe multidisciplinar com foco no olhar do paciente. Fazemos essa ponte trazendo a inovação como meio para que possamos pensar melhor o nosso atendimento”, informou. “A partir desse entendimento começamos a nos movimentar, por exemplo, integrando o VitaHub e buscando novos meios para nos estimular”, complementou.
A Unimed-BH também trabalha a inovação com foco no paciente. Segundo o Head/Gerente de Inovação na Unimed-BH, Rafael Silva, atualmente eles se dedicam para que o paciente encontre o melhor serviço para ele antes mesmo de sair de casa. Além disso, Silva destacou que todas as estratégias que eles desenvolvem, tanto de inovação quanto de qualidade e melhoria da eficiência, precisam ser pensadas de forma escalável e sistêmica. “Para a Unimed é um desafio, pois tentamos que ela sempre seja escalável”, informou.
Essa também é uma preocupação da Rede Mater Dei de Saúde. O Gerente de Inovação e Novos Negócios na Rede Mater Dei de Saúde, Matheus Junqueira, contou que a instituição atua tendo em vista três horizontes de inovação. “No primeiro temos a inovação aberta onde eu busco parcerias para acelerar as demandas, testo isso rápido e direciono para cada unidade. Lembrando que isso precisa estar alinhado com as nossas métricas e com o nosso comitê de governança. Já no horizonte dois exploramos mercados adjacentes por meio de inovação aberta ou não. Por fim, no horizonte três temos algumas iniciativas em um portfólio, mais pontuais e em menor escala”, explicou.
O setor de inovação da FHEMIG também trabalha em três grandes frentes. Segundo o Coordenador de Inovação e Pesquisa na FHEMIG, Rafael Pessoa, a primeira frente é a pesquisa autoral. Pessoa informou que a instituição tem uma tradição de décadas de profissionais que produzem pesquisas durante sua atuação. “O nosso setor faz a coordenação dessas pesquisas, análise e suporte. O que produz conhecimento, mas também tecnologias e é aí que entra a nossa segunda linha de atuação, o nosso núcleo de inovação tecnologia responsável por fazer a gestão do conhecimento tecnológico, licenciamento e patente, quando é o caso, além de fazer a aplicação”, informou.
A FHEMIG também está abrindo sua terceira frente, que é a pesquisa clínica, além de estar trabalhando com a inovação aberta. “Nos engajamos em dois grandes programas de inovação aberta, o primeiro é o VitaHub e o segundo HubMG Gov. Os problemas estão aí desde sempre e esses programas ajudam a termos uma metodologia, uma técnica, para olhar para eles de forma estratégica. Além de permitir trocar informações com outros hospitais”, pontuou.
Startups em Destaque: Pitch e Premiação
O ponto alto do evento foi a apresentação dos pitchs das startups e projetos finalistas do BioStartup Lab. O Coordenador de Desenvolvimento de Negócios da Biominas, Carlos Viana, destacou que o evento foi uma oportunidade de ver a teoria posta em prática. “Entendemos a importância de encontros como este. Vemos ao longo do programa um processo muito online – e entendemos a importância dele ser online, pois alcançamos uma gama muito maior de pessoas e regiões -, mas o Demoday presencial completa essa trajetória que esses empreendedores viveram”, contou.
Para a CEO da DruGet, Lorane Hage Melim, o evento foi fantástico, pois a partir do momento que você traz vários atores do ecossistema de inovação debatendo, com opiniões divergentes ou complementares, elas instigam quem está assistindo. “Além disso, nós podemos levar isso para os nossos ambientes de inovação. Então enriquece tanto o ambiente local, quanto outros ecossistemas”, destacou.