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A cooperação na perspectiva da gestão da inovação

05

maio 2020

Por:Biominas Brasil
Inovação | Inovação 360

Os projetos colaborativos fazem parte da realidade de várias empresas de pequeno e grande porte, e são essenciais quando analisados sob a ótica da inovação aberta. A cooperação pode ser considerada como uma estratégia macro à partir da gestão da inovação da empresa, e também como uma ferramenta importante para concretização de projetos inovadores de médio ou curto prazo.

Quando falamos de inovação, não é raro que algumas pessoas ainda pensem na imagem do gênio solitário trabalhando duro no sótão. Ainda que essa noção possa ser comum, ela está longe de ser real. A verdade é que levar uma boa ideia adiante depende de todo tipo de informação de diferentes pessoas e perspectivas.

Projetos colaborativos demandam a articulação de múltiplos atores em uma atividade em comum e, ainda que várias organizações trabalhem em conjunto, elas podem ter objetivos diferentes e possuírem níveis de conhecimento e especialidade diversos. Esses projetos são potencialmente complexos devido à necessidade de articulação e acompanhamento de diferentes atores, e justamente por isso a cooperação deve ser analisada e executada de forma estratégica e cuidadosa pela gestão de inovação da empresa ou pela área responsável por inovação.

Uma empresa pode ter vários projetos em andamento ao mesmo tempo, alguns internamente e vários outros com diferentes atores. De acordo com a literatura, os principais atores com os quais as empresas firmam acordos colaborativos em processos de inovação são: (1) fornecedores (2) instituições de ciência e tecnologia (3) consumidores (4) concorrentes e (5) intermediários.

As Instituições de ciência e tecnologia, assim como os agentes intermediários, geralmente têm papel de destaque em projetos de cooperação em inovação, e cabe aqui uma breve descrição de quem são esses atores e qual papel desempenham. 

 

Instituições de ciência e tecnologia – (ICTs)

As Instituições de Pesquisa Científica e Tecnológica (ICTs) são órgãos ou entidades da administração pública ou entidades privadas sem fins lucrativos que têm como missão institucional executar atividades de pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico. Se pode mencionar também os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) que assim como os ICTs atuam em P&D e têm o objetivo de fomentar o desenvolvimento científico e articular os melhores grupos de pesquisa na fronteira da ciência e em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do país. Uma empresa pode contratar um ICT ou um grupo de pesquisa para desenvolver completamente um novo produto ou serviço, ou pode estabelecer uma parceria remunerada ou não para co-desenvolverem um produto ou para contribuir em uma etapa específica de um projeto. Ou como é muito comum, novas empresas podem surgir como produtos de projetos desenvolvidos em Instituições e Institutos de Ciência e Tecnologia.

 

Agentes intermediários

Os agentes intermediários são instituições responsáveis por identificar e conectar agentes com interesses comuns que querem trocar ou mesmo comercializar ideias ou tecnologias que desenvolveram. Um exemplo de instituições que atuam como agentes intermediários são aquelas que prospectam novas tecnologias ou que aproxima startups de empresas que têm interesse em adquirir uma nova tecnologia. Um exemplo de agente intermediário podem ser também os CROs, a sigla vem do nome em inglês Contract Research Organization, que são empresas que fornecem suporte para as indústrias farmacêutica, de biotecnologia e de dispositivos médicos. O CRO presta serviços pré-clínicos e clínicos, e algumas empresas também atuam após essa etapa oferecendo todo o suporte de pesquisa de mercado para o lançamento de um novo medicamento e ou produto.

 

Tipos de projeto colaborativo

Os tipos de projeto colaborativo podem variar de acordo com a duração, podendo ser curtos ou longos; com o grau de envolvimento das partes, podendo apresentar laços fracos ou fortes; e de acordo com as atividades às quais se dedicam cada ator envolvido no projeto. A gestão da inovação cuida para que a estrutura das relações entre os vários projetos e instituições envolvidas seja bem estabelecida e o projeto de inovação seja conduzido com êxito e alcance resultados de sucesso.

Algumas práticas devem orientar a gestão da inovação em projetos colaborativos. Elas são:

  • Alinhamento de prioridades – isso inclui tempo e equipe disponíveis para se engajar no projeto colaborativo, ou seja, uma espécie de sincronia nas demandas;
  • Definição de acordos formais – o sucesso de um projeto colaborativo passa pela definição de acordos formais, com metas e milestones bem definidos;
  • Definição de metas – um importante fator para evitar desencontros e disputas por objetivos antagônicos;
  • Construir parcerias com empresas que tenham culturas semelhantes à sua empresa e conhecimentos diferentes. Garantindo um bom fluxo de trabalho e competências complementares. 

A inovação cada vez mais tem sido influenciada pela formação de redes de colaboração e alianças, e isso determina o aumento das alianças estratégicas, do P&D colaborativo e da maior consciência para a gestão de inovação dos projetos. O presente artigo apresentou alguns conceitos simples, e nem por isso menos importantes, para que sua empresa ou projeto de pesquisa possa desenvolver projetos de cooperação em P&D com grandes chances de sucesso.

 

Referências

TIDD, Joe; BESSANT, John. Gestão da inovação. Tradução de Félix Nonnenmacher. 5. ed. Porto Alegre:Bookman, 2015.

INCT – Sobre: disponível em: http://inct.cnpq.br/sobre/

Terceirização da P&D de medicamentos: panorama do setor de testes pré-clínicos no Brasil. Disponível em: https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/2561/1/BS%2029%20Terceiriza%C3%A7%C3%A3o%20da%20P%26D%20de%20Medicamentos_P.pdf>

FACCIN, Kadígia; BALESTRIN, Alsones. Práticas colaborativas em P&D: um estudo na indústria brasileira de semicondutores, Rev. ADM. MACKENZIE, 16(6), Edição Especial, 190-219. São Paulo.

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