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O que torna um departamento de P&D bem sucedido?

16

jul 2021

Por:Biominas Brasil
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Pois bem, essa é uma questão que não sai da cabeça dos gestores, sejam eles de P&D ou presidentes e donos de empresa. É importante entender que um departamento de P&D estratégico é fundamental para apoiar toda a cadeia de estratégias empresariais, mesmo sabendo que contabilmente ela faz parte do pool de despesas mais relevantes dentro de uma empresa. Mas então, como transformar essa “despesa” em “investimento”? É isso que vou tentar elucidar aqui para vocês.  

Uma equipe de pesquisa e desenvolvimento bem dotada de recursos, qualificada e eficaz é vital para qualquer empresa que pretenda crescer. Esse departamento tem a missão de produzir ideias criativas, designs inovadores, produtos e serviços geradores de receita. A construção de uma equipe de P&D incorpora uma ampla mistura de elementos, competências, técnicas, habilidades e exige que os gestores fomentem uma cultura de inovação em diversos aspectos e níveis dentro da empresa.

Departamentos de P&D não precisam ser grandes ou caros. É fundamental, no entanto, ter uma liderança estratégica e inovadora à frente da equipe e tenha grande interconexão com demais áreas e departamentos da empresa.

Nesse artigo, trago resumidamente 10 dicas para configurar e desenvolver um departamento de P&D eficiente e saudável em sua empresa e espero que tragam insights importantes para os Gestores de P&D.

1. Reúna uma boa mistura de talentos e habilidades

Ideias inovadoras podem vir de qualquer membro da equipe, do mais jovem ao mais antigo. Embora seja provável que aqueles com as ideias científicas e tecnológicas mais avançadas venham provavelmente de formação técnica, é importante reconhecer que a abundância de qualificações não torna automaticamente alguém mais criativo. Pode, inclusive, ser o contrário, já que uma das barreiras da criatividade que existem é o bloqueio do especialista, já que nós, profissionais de áreas técnicas, tendemos a enxergar as coisas apenas sob a ótica lógica embasados em teorias e concepções pré-estabelecidas.

A natureza inovadora pode ser simplesmente atribuída à personalidade e à experiência, e é por isso que ter um departamento de P&D diversificado é importante. Os inovadores tendem a apreciar a chance de experimentar, arriscar, ultrapassar os limites, fazer perguntas e pensar fora da caixa. A própria diversidade pode significar uma mistura de idades, habilidades, experiências, origens, gêneros, etnias e formações. Isso inclui diversidade em escolas ou universidades, títulos e graduações diferentes. É a maneira ideal de manter o fluxo de ideias e ter uma variedade de pontos de vista diferentes.

2. Ter metas claramente definidas

Frequentemente, o P&D é ditado como o local de criação de produtos. Mas como “criar” produtos inovadores se o P&D mal conhece a estratégia de Inovação da empresa? Como então estipular metas permite a contribuição com o atingimento dos Objetivos Corporativos?

Com uma estratégia bem definida e mapeada, decida os objetivos individuais de cada projeto (quais são os entregáveis) e comunique-os de forma eficaz. Além disso, certifique-se de que as métricas sejam objetivas e mensuráveis.

3. Dê autonomia à sua equipe

Criatividade é sentir-se livre para explorar e experimentar soluções para determinados problemas. O problema é que as estruturas corporativas costumam ser fixas e profundamente arraigadas e nem sempre estimulam ações inovadoras. Erros podem ser considerados caros ou uma ameaça ao trabalho, o que não é exatamente propício para ultrapassar os limites criativos.

No entanto, para que o seu departamento de P&D seja bem sucedido, a equipe precisa ter um bom grau de autonomia. Os membros da equipe devem se sentir confortáveis para testar as suas ideias sem medo de represálias e sem ter no cangote aquela pressão do chefe que “teria feito melhor”. Isso é um tanto comum quando um especialista passa a assumir uma função de gestor.

4. Entenda que os erros fazem parte do processo de P&D

Os avanços científicos e tecnológicos só podem ser feitos por meios de tentativa e erro. Se os pesquisadores estiverem com medo de cometer erros, eles estarão muito menos dispostos a tentar suas ideias mais disruptivas. Reconheça os erros como parte do processo, aprenda com eles, compartilhe com demais colegas e siga aumentando o poder de criação para a inovação.

5. Defina um orçamento

É de vital importância manter o controle dos custos para que você entenda seu orçamento e, posteriormente, suas margens de lucro (e também se sua empresa reivindicar benefícios fiscais). Você também vai precisar considerar o quanto os clientes ficarão felizes em pagar quando o desenvolvimento do produto for concluído.

Certifique-se de que seu orçamento seja flexível para que possa lidar com qualquer imprevisto. Não se esqueça também que um orçamento muito pequeno ou muito restritivo pode sufocar a criatividade e limitar os erros (e aprendizados).

A designação de um(a) gerente de projeto também pode ser importante para supervisionar o orçamento e mantê-lo sob controle. Além disso, ele(a) irá manter a equipe focada na meta e monitorando o progresso para garantir que tudo esteja dentro dos parâmetros do orçamento (e das especificações prévias previstas no Briefing).

6. Faça sessões regulares de planejamento e reuniões de atualização

Para que uma cultura de P&D floresça em sua empresa, é necessário reservar um tempo para que isso aconteça. Isso significa ter sessões frequentes e regulares de brainstorming e de atualização para discutir oportunidades e ideias e melhorias no processo de pesquisa e desenvolvimento, de maneira a ganhar insights, agilidade e eficiência com os diversos níveis da estrutura, inclusive com departamentos parceiros como Marketing, Comercial ou mesmo entidades externas como Startups e Universidades.

Essas sessões irão melhorar a comunicação, a coesão geral da equipe além de engajamento e apoio na cultura de inovação. Afinal, com tanta demanda que chega para o P&D, sair executando tudo sem saber se a estratégia continua a mesma, discutir os aprendizados e alinhar as novas expectativas faz com que o P&D torne-se um departamento puramente operacional e pouco estratégico.

7. Certifique-se de que os prazos são flexíveis

Algumas pesquisas de P&D levam tempo e não devem ser apressadas (sim, eu sei que essa é uma frase de impacto dentro do mundo corrido e cheio de prazos curtíssimos). Embora seja uma boa ideia ter cronogramas aproximados embutidos em seus planos de projeto, a flexibilidade ainda é importante. Uma vez que o trabalho tenha começado, mantenha as linhas de comunicação abertas para que os pesquisadores avisem se precisam de mais tempo para concluir algo, ou mesmo se o projeto é realmente possível. Aliás, você sabe qual o tempo médio de cada tipo de projeto de P&D da sua empresa? Se sim, parabéns, você sabe negociar os prazos de projetos e atividades com base em dados, tendo baixa chance de atrasar na entrega. Se não, reflita se não está na hora de implementar esse e talvez alguns outros indicadores que podem trazer mais conhecimento, permitindo ajustes para alcançar mais agilidade nos processos de P&D.

Lembre-se também de que o tempo de cada projeto ou atividade de P&D varia enormemente a depender do tipo de projeto. Prazos apertados e muita pressão podem ser inimigos da qualidade do produto, do projeto como um todo e dos seus custos.

8. Incentive a conscientização geral sobre o negócio

Pesquisadores costumam ficar isolados. Isso ocorre simplesmente porque os técnicos tendem a acompanhar mais de perto o processo de P&D, em vez de olhar o que é melhor para a empresa e os clientes. Não é à toa que artigos e pesquisas 360º mostram que a percepção externa do P&D é de que somos desconectados da estratégia e da velocidade da empresa (esses estudos eu apresento na primeira aula gratuita do Curso de Gestão de P&D, vai lá conferir!). É por isso que um dos objetivos de qualquer departamento de P&D deveria ser construir uma cultura de consciência empresarial de forma mais geral, para que o departamento consiga se inserir e acompanhar as necessidades da empresa de maneira mais orgânica.

Pensando sob essa ótica, por que os gestores não formam suas equipes em assuntos gerais sobre gestão empresarial? Sobretudo aqueles de deverão ser preparados para assumir cargos de gestão ou que já assumiram há pouco tempo?

Já ouvi de gestores que “ninguém nunca me ensinou sobre assuntos corporativos, aprendi na marra mesmo. Então como eu vou treinar alguém se nem eu fui treinado?”

9. Permitir que P&D ocorra naturalmente, promovendo a aprendizagem

Fazer P&D significa aprender coisas novas e fazer o negócio progredir. Uma cultura de aprendizagem e oportunidades de treinamento regulares dão aos funcionários a chance de aplicar seus conhecimentos recém-adquiridos às diferentes formas criativas de seu negócio. O apetite para aprender tem tudo a ver com inovação!

Infelizmente sabemos que muitas empresas não possuem programas de treinamento específicos para P&D e isso fica a cargo do gestor buscar treinamento para cada um da equipe de maneira pontual, pouco estruturada e pouco estratégica.

10. Solicite financiamento para apoiar o crescimento do seu departamento de P&D

As empresas brasileiras que investiram em crescimento e inovação provavelmente se qualificam para créditos diferenciados e incentivos fiscais governamentais. Esses programas de incentivo fiscal do governo foram criados para ajudar com os gastos financeiros do trabalho de P&D e está disponível para qualquer empresa brasileira em qualquer setor (são diversas oportunidades!). Embora haja um amplo espectro de projetos e gastos que são elegíveis para créditos fiscais de P&D, o processo de inscrição em si requer uma certa quantidade de conhecimento especializado em P&D e nos processos de submissão que são inerentemente complexos. 

Não se trata apenas de enviar suas cifras com dispêndios, mas sim de justificar para a Receita Federal por que eles podem ser caracterizados como elegíveis, convencendo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do seu grau de inovação e risco tecnológico.

Existe uma quantidade enorme de consultorias que trabalham com essa parte de apoio ao uso de incentivos fiscais, captação de recursos financeiros e subvenções econômicas (quando a empresa não precisa devolver o dinheiro para o órgão financiador), mas se você precisar de alguma indicação, fale comigo.

Espero que você tenha chegado no fim desse artigo com mais clareza do que precisa ser trabalhado no seu departamento de P&D para deixá-lo mais interessante, motivado e, certamente, mais estruturado para o sucesso. Aproveito para te fazer um convite para acessar as informações do Curso de Gestão de P&D estruturado para te ajudar a colocar em prática tudo isso que trago aqui nesse artigo!

Se precisar de alguma outra ajuda, me chame por inbox lá no Linkedin

Um abraço, até a próxima!

 

Formada em Química Ambiental com especialização em Sustentabilidade e MBA em Gestão de Negócios, desenvolveu sua carreira de +15 anos de P&D de multinacionais (Indústria Química e de Materiais de Construção). Hoje atua como consultora e mentora, apoiando profissionais e empresas na estruturação e aprimoramento dos processos de P&D, formação de líderes e treinamento de equipes que precisam alcançar melhores resultados.

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