Em Dezembro de 2006, a Diretoria do BNDES aprovou a criação do Programa CRIATEC, focado no apoio a empresas nascentes voltadas para inovação. O primeiro fundo da série CRIATEC contou com um Patrimônio Comprometido total de R$ 100 milhões, com o aporte de R$ 80 milhões da BNDESPAR e R$ 20 milhões do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
O CRIATEC I encerrou o período de investimentos em novembro de 2011 com um portfólio de 36 empresas investidas, sendo treze empresas de Biociências, sete delas em Minas Gerais. As empresas de biotecnologia investidas pelo CRIATEC I em Minas Gerais atuam em segmentos diversos (Equipamentos Médicos e Laboratoriais, Diagnóstico, Nutrição Clínica, Melhoramento Genético e Controle Biológico de Pragas Agrícolas) e vêm apresentando um crescimento significativo, na média, superior a 200%, número esse muito superior à média de crescimento das empresas no Brasil.
O grande número, a alta taxa de crescimento das empresas e a diversidade dos investimentos em biotecnologia no estado de Minas Gerais só reforçam a vocação e a posição do estado como um dos principais polos do Brasil.
O segundo fundo do Programa CRIATEC, o FIP CRIATEC II, iniciou suas atividades em dezembro de 2013, sendo Biotecnologia novamente uma das verticais estratégicas de seus investimentos. O CRIATEC II possui um Capital Comprometido de R$ 186 milhões e tem como objetivo investir em aproximadamente 40 empresas. Além da BNDESPar e do BNB, também são quotistas do CRIATEC II o BDMG, o Badesul, o BRB e a Bozano Investimentos. Sua duração prevista é de 10 anos, sendo que os quatro primeiros anos referem-se ao período de investimentos. Durante este período, os gestores terão a missão de investir em empresas inovadoras com faturamento líquido anual inferior a R$ 10 milhões no ano imediatamente anterior à aprovação do investimento pelo Fundo, de forma a promover a sua capitalização e crescimento acelerado, a implementação de boas práticas de gestão e o incremento da governança corporativa. Além de Biotecnologia, o CRIATEC II também investirá em empresas de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), Agronegócios, Nanotecnologia e Novos Materiais. Cada empresa poderá receber até R$ 6 milhões de investimento. O CRIATEC II pretende fazer entre oito e dez investimentos em empresas mineiras ao longo dos próximos quatro anos e a tendência é que a vertical de biotecnologia novamente ocupe uma posição de destaque, pois entre as três empresas mineiras que estão em processo de aprovação já existem duas empresas de biotecnologia, sendo uma de Diagnóstico e uma de Equipamentos Médicos e Telemedição.
É importante entender que fundos de investimento aportam recursos na empresa em troca de participação acionária, tendo como objetivo final investir em empresas com alto potencial de crescimento e valorização para no futuro vender a sua participação. Os principais requisitos para a empresa estar apta a receber aporte são: diferencial tecnológico, capaz de gerar uma barreira de entrada para possíveis concorrentes, validação dos seus produtos no mercado e empreendedores dedicados e com visão estratégica. Esse perfil tem sido observado em diversos empreendedores mineiros do setor de biotecnologia que estão rompendo as barreiras que separam o trabalho científico desenvolvido em centros de pesquisa e universidade e trazendo inovações para o mercado.
Os desafios de investir em empresas de biotecnologia são grandes. Altos investimentos em equipamentos, infraestrutura e pessoal altamente qualificado, processo regulatório longo e burocrático, resistência do mercado em adotar novas tecnologias, entre outros. Por outro lado, ao superar esses desafios as empresas passam a ter muito valor.
Eric Gomes Nobre Ribeiro Sócio da Triaxis Capital, Co-gestora do Fundo Criatec II e Gestor Regional do Fundo Criatec I em Minas Gerais Triaxis Capital www.fundocriatec.com.br Este case é parte integrante do Diagnóstico do Setor de Biociências em Minas Gerais, elaborado pela Biominas Brasil em parceria com o SEBRAE Minas. O Diagnóstico apresenta um comparativo entre o ambiente de negócios do segmento de 2004 e de 2014. O estudo analisa quatro fatores essenciais na geração de um ambiente inovador nas empresas: estratégia de pesquisa e desenvolvimento e inovação; estabelecimento de parcerias; recursos financeiros para a inovação; políticas públicas voltadas para a inovação. Este Diagnóstico traz ainda conclusões que buscam orientar as discussões entre os principais agentes envolvidos e contribuir para o avanço e a consolidação do setor de Biociências em Minas Gerais.
Faça o download gratuito do Diagnóstico completo no site da Biominas (www.biominas.org.br) e do Sebrae (www.sebrae.com.br).