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Cientistas criam técnica para armazenar dados em DNA por milhares de anos

\"ArmazenamentoSe a intenção for preservar grandes quantidades de dados por muito tempo, a solução para o armazenamento passa longe dos Blu-rays, pen drives e discos rígidos. Está no DNA.

Cada grama do material é capaz de guardar 455 exabytes de informações (cada exabyte equivale a cerca de 1 bilhão de gigabytes), espaço suficiente para os dados mantidos por Google, Facebook e todas as grandes companhias de tecnologia. Além disso, o DNA é incrivelmente durável: ele já foi encontrado e extraído de ossos com 700 mil anos de idade.

A técnica para gravação de dados digitais em moléculas de DNA não é nova, porém, cientistas do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Zurique, acabaram de descobrir uma forma para aumentar a longevidade do material.

— Nós sabemos se deixarmos largado por aí, perdemos informações — disse Robert Grass, um dos líderes da pesquisa, em entrevista à “New Scientist”.

Em teoria, o método de gravação é simples: o “A” e o “C” são tratados como “0”, e o “G” e o “T”, como “1”. No estudo, eles armazenaram uma cópia do Pacto Federal Suíço de 1291 e do Palimpsesto de Arquimedes, em arquivos que totalizaram 83 kilobytes.

O desafio era tornar o material capaz de se manter por milhares de anos, como nos fósseis. Para isso, a chave era retirar toda a água, então os pesquisadores encapsularam o DNA em esferas microscópicas de vidro.

Para simular a passagem do tempo, o material foi guardado a temperaturas de 60, 65 e 70 graus Celsius por uma semana, e ele se manteve intacto.

Os resultados sugerem que as informações guardadas em DNA podem durar até 2 mil anos, se guardados em temperatura de aproximadamente 10 graus Celsius. No Silo Global de Sementes de Svalbard, no Ártico, elas seriam mantidas por mais de 2 milhões de anos, a temperatura de -18 graus Celsius.

A ideia dos cientistas é armazenar todos os dados do mundo para futuras gerações, mas, no momento, o custo para a geração de DNA sintético ainda é proibitivo. Os 83 kilobytes criados para o estudo custaram cerca de R$ 4 mil. Fazer o mesmo com a Wikipedia custaria bilhões. Então, diz Grass, a solução é selecionar o que deverá ser armazenado.

— Se você pensar sobre como olhamos para a Idade Média, sofremos muita influência pela informação que foi guardada. É muito importante que escolhamos uma documentação relativamente neutra do nosso tempo para armazenarmos — afirmou Grass.

Fonte: O Globo

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