O ecossistema de inovação vem crescendo nos últimos anos, mas a participação de mulheres empreendedoras na ciência ainda é pequena. O que podemos fazer para ajudar a fomentar as mulheres na ciência?
Há muito tempo é discutida a participação de mulheres na ciência, mas pouco se fala do incentivo às cientistas para a conversão do conhecimento produzido nas universidades e institutos de pesquisa sobre produtos e serviços que impactam de forma significativa nossa sociedade.
De acordo com a Forbes, o ecossistema de inovação nos últimos anos vem crescendo, mas a representatividade feminina continua reduzida. Isso porque, entre 2011 e 2021, o crescimento de empresas de base tecnológica fundadas apenas por mulheres foi de apenas 0,3%, enquanto startups fundadas apenas por homens ainda representam mais de 90%. Todavia o abismo não se manifesta apenas durante o processo de criação da empresa, a desigualdade está presente nas diferentes fases do negócio – seja na ideação, captação de investimentos ou outras – e até mesmo na atuação dessas mulheres em outras empresas.
A Harvard Business Review afirma que, mesmo com uma idêntica argumentação em um pitch, os investidores preferem privilegiar pessoas do sexo masculino, ainda que startups com mulheres tenham resultados até 25% melhores.
Para realizar a mudança desse cenário, é fundamental o incentivo da participação de meninas e mulheres em ingressar nas áreas de STEM (Ciências Naturais, Tecnologia, Engenharia e Matemática), já que elas correspondem a apenas 35% dos estudantes da área – devido a diversos fatores sociais –, de acordo com a UNESCO. Além disso, é de extrema relevância fortalecer os vínculos femininos no universo científico através da capacitação e promoção de eventos que estimulem ideias para o empreendedorismo feminino, a formação e o fortalecimento de redes de contatos.
Mas, sem dúvidas, o que também contribui para mudar essa realidade são iniciativas desenvolvidas para estimular startups que são lideradas por mulheres inovadoras e, assim, efetivamente modificar a representatividade feminina no empreendedorismo brasileiro. Essas iniciativas podem ser desde programas como o Women on the Road, que visa promover o desenvolvimento de startups em estágio inicial que sejam fundadas ou cofundadas por mulheres, desenvolvido no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS, até a criação de espaços de coworking para líderes femininas e a promoção de eventos como workshops, oficinas e mentorias com o objetivo de guiar essas mulheres ao mercado de trabalho.
Assim, para auxiliar na transformação dessa realidade, a Biominas Brasil desenvolveu o “Bootcamp: Mulheres na Ciência – Empreendendo em Sustentabilidade e One Health”, um programa de imersão feito exclusivamente para cientistas mulheres, que dá a elas a oportunidade de atuar em projetos reais junto com as melhores empresas da indústria farmacêutica do país.