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Cooperar para crescer

21/10/11 Brasil Econômico| Eduardo Emrich – Diretor-presidente da Biominas Brasil

O setor de biociências nacional atravessa um período sem precedentes. Os últimos cinco anos foram marcados pela implementação de políticas industriais que privilegiaram as empresas do complexo da saúde e biotecnologia, pela disponibilização de recursos não reembolsáveis, criação de programas governamentais de suporte à internacionalização e progressos nos mecanismos de interação universidade-empresa.

As medidas governamentais de fomento não resultaram em avanços significativos na geração de valor econômico pelas empresas. O perfil de faturamento do setor mantém-se relativamente estável, composto em sua maioria por empresas que faturam até R$ 1 milhão por ano.

Fatores internos, como ausência de proposta clara de valor, desenvolvimento desconectado da realidade do mercado, falta de gestão profissional e planejamento estratégico, têm forte influência neste quadro.

Apesar do nível tímido de faturamento e reduzido número de postos de trabalho gerados, as empresas nacionais de biociências, caracterizadas por forte conteúdo tecnológico e potencial inovador, podem desempenhar papel fundamental na economia.

A contribuição pode envolver desde substituição de importações até o desenvolvimento de inovações que atendam a demandas específicas do país. Podem ainda solucionar problemas tecnológicos e alimentar o pipeline de empresas nacionais de médio e grande porte, contribuindo para uma indústria mais competitiva.

Com base em pesquisa conduzida pela Biominas Brasil e PwC Brasil junto aos empresários do setor, constatou-se a importância atribuída à inovação. A pesquisa revela que 45% das empresas têm como prioridade alta ou altíssima o desenvolvimento de inovações disruptivas, enquanto 66% priorizam inovações incrementais.

Ainda, revela que para 62,9% dos empreendedores o desenvolvimento e a comercialização de produtos e serviços inovadores constituem principal parâmetro de sucesso de um empreendimento.

Às principais dificuldades enfrentadas pelas empresas no Brasil, comuns às vividas por empresas em outros lugares do mundo, como preocupação com proteção intelectual, acesso a mecanismos adequados de financiamento, ambiente regulatório e políticas públicas para o setor e recursos humanos especializados, somam-se a alta carga tributária, juros elevados e insegurança jurídica.

Neste cenário, a capacidade de estabelecer parcerias e modelos de negócios alternativos irá desempenhar papel essencial no crescimento da bioindústria. Os resultados da pesquisa, histórico do setor e movimentos recentes, mostram que as empresas brasileiras de biociências não têm explorado de forma ampla e bem-sucedida as parcerias corporativas para alavancar crescimento.

Parcerias corporativas apresentam grande atratividade frente às demais fontes de recursos, uma vez que diluem o risco do investimento com um terceiro, agregam know-how e aceleram o desenvolvimento de produtos e serviços.

Além de constituírem uma ferramenta importante para acesso a recursos governamentais, investidores privados e incentivos fiscais para inovação. Cooperar mais parece ser a melhor alternativa para crescer as empresas e o setor de biociências brasileiro.

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Eduardo Emrich é diretor-presidente da Biominas Brasil

http://www.brasileconomico.com.br/noticias/cooperar-para-crescer_108378.html

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