Embora não pareça, o Brasil sempre teve posição de destaque no desenvolvimento farmacêutico. Diversas etapas do desenvolvimento de medicamentos passaram ou passam por território nacional. Porém, também é verdade que ainda temos um déficit no que diz respeito a patentes de medicamentos e novas tecnologias e a etapas de desenvolvimento farmacêutico ou biofarmacêutico precoce, em especial etapas pré-clínicas. Este déficit tem inúmeras justificativas, tais como estratégia deficiente de estímulo às ciências em geral, e em particular às ciências médicas e farmacêuticas, carência de políticas para fixação de mestres e doutores em território nacional, investimentos erráticos por parte da indústria e do governo e um relativo isolamento do mercado nacional em relação às práticas globais.
Adicionalmente, entendemos haver um outro agravante que é uma aparente falta de interação entre as partes interessadas no desenvolvimento de fármacos. Por um lado, um desconhecimento da indústria farmacêutica sobre os potenciais científicos desenvolvidos localmente nas últimas décadas e por outro, uma comunidade científica que apresenta dificuldade na divulgação de conhecimentos gerados aplicados à indústria. E, ainda, um envolvimento tardio das agências reguladoras nos processos de tomada de decisão dos desenvolvimentos farmacêuticos. Com isso, iniciativas que promovam a interação destes atores são de extrema importância para fomentar a cadeia de inovação, pois moléculas promissoras, descobertas em universidades e centros de pesquisa brasileiros, podem ser desenvolvidas com o auxílio da indústria farmacêutica, aumentando as chances de inserção de potenciais novos fármacos no mercado.
As etapas pré-clínicas do desenvolvimento de produtos farmacêuticos incluem inúmeras tarefas essencialmente científicas, englobando diversas atividades regulamentadas. Muitas destas são ainda dependentes da aplicação de modelos animais, porém, vale ressaltar que algumas etapas de pesquisa podem contar com o uso de ferramentas alternativas a modelos animais. O Brasil evoluiu muito tanto em suas capacidades de aplicação de modelos animais e métodos bioanalíticos regulados, quanto na aplicação científica (provas de conceito).
Um desenvolvimento pré-clínico bem estruturado é capaz de otimizar as etapas clínicas, elevando suas chances de sucesso por predição de determinadas propriedades do fármaco ou biofármaco em questão. São exemplos destas estratégias preditivas os modelos in vitro com células pluripotentes induzidas para avaliação de eficácia e segurança, modelos in silico para simulação cinética ou dinâmica e para predição toxicológica, entre outros.
Atualmente, o Brasil tem profissionais e empresas com plena capacidade para identificação de tecnologias promissoras nas instituições brasileiras e elaboração e execução de atividades pré-clínicas como parte da estratégia de desenvolvimento de fármacos em geral. Cabe à indústria dialogar com mais profundidade com a comunidade científica e reguladora envolvida e apostar nas capacidades locais, e desta forma, preencher lacunas em diversas necessidades médicas não atendidas.
A GC-2 possui diversas linhas de atuação não-clínicas que auxiliam na promoção de desenvolvimentos farmacêuticos mais eficazes, dentre as quais modelos in silico para simulação cinética e dinâmica com antimicrobianos, modelos in silico para predição toxicológica de produtos novos ou de degradação, modelos in vitro com células pluripotentes induzidas (cardiotoxicidade), além de parceiros qualificados para execução de etapas toxicológicas reguladas in vivo.
A Biominas Brasil possui extensa experiência na identificação e análise de tecnologias oriundas de universidades e centros de pesquisa, tendo desenvolvido uma metodologia própria já aplicada a diversas empresas de grande porte do setor; além de ter amplo conhecimento sobre as tendências tecnológicas em diversas áreas de Ciências da Vida e estreito relacionamento com pesquisadores e Núcleos de Inovação Tecnológicas (NITs).