PhD em Imunologia, Rafaela Pereira, fala sobre os perigos da malária e a importância da prevenção
Desde os tempos antigos, a malária tem assombrado a humanidade, apresentando-se sob diversos nomes como impaludismo, paludismo, febre palustre, entre outros. Trata-se de uma infecção provocada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos principalmente pela picada do mosquito Anopheles, conhecido popularmente como mosquito-prego.
Embora sua transmissão ocorra principalmente por meio desses vetores alados, casos raros de transmissão por transfusão sanguínea, acidentes laboratoriais e transmissão congênita também foram relatados.
A gravidade da malária está intrinsecamente ligada ao tipo de Plasmodium envolvido, sendo o P. falciparum o mais preocupante, especialmente em crianças, devido à sua capacidade de desencadear formas mais graves da doença. No Brasil, a malária é predominante na região amazônica, com 99% dos casos registrados nessa área. Entretanto, os casos ocorridos fora dessa região, principalmente em áreas de mata atlântica, geralmente apresentam maior gravidade e letalidade, muitas vezes devido a atrasos no diagnóstico e tratamento.
Os sintomas da malária surgem geralmente de 7 a 10 dias após a picada do mosquito vetor e incluem febre alta, calafrios, tremores, sudorese, dor de cabeça. Gestantes, crianças e pessoas infectadas pela primeira vez estão sujeitas a formas mais graves da doença, principalmente quando causadas pelo P. falciparum.
O Dia Mundial da Luta Contra a Malária é uma oportunidade importante para reconhecer os esforços globais no controle da doença e intensificar as ações de combate e, principalmente, de prevenção a partir da ciência e tecnologia. Neste sentido, trabalhar uma visão que vai além do tratamento da doença, colocando em foco a prevenção, predição e manutenção da saúde é extremamente importante.
O reconhecimento precoce da malária, por exemplo, é essencial para um tratamento eficaz. O diagnóstico pode ser realizado de diversas formas, como testes rápidos e microscopia de gota espessa de sangue e o tratamento varia de acordo com a espécie do parasito e a gravidade da doença, envolvendo o uso de medicamentos antimaláricos específicos.
A prevenção também desempenha um papel crucial na luta contra a malária. Embora diversos grupos de pesquisa busquem desenvolver imunizantes contra a doença, ainda não existe uma vacina disponível no Brasil.
Em resumo, é necessário um chamado à consciência global, destacando a importância da inovação científica na prevenção, diagnóstico e tratamento dessa doença. Embora os desafios persistam, a colaboração e o compromisso com a pesquisa e a inovação são essenciais no combate à malária e a outras doenças negligenciadas.
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Autora: Rafaela Pereira, Nutricionista, Especialista em Nutrição de Precisão, PhD em Imunologia e Bolsista na Biominas.
