O Jornal Valor Econômico publicou hoje (18/01) uma entrevista com o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Sérgio Rezende. O ex-ministro, de volta ao Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco, considera a criação da Subvenção Econômica como a mais importante iniciativa do seu ministério. O ex-ministro tem razão. O mecanismo permitiu que um número grande de empresas tivesse acesso a recursos não-reembolsáveis para financiar seus projetos de pesquisa e desenvolvimento. Ainda é cedo para analisar o efeito prático em número de produtos no mercado e receita auferida pelas empresas com estes projetos, mas não resta dúvida quanto à importância do mecanismo.
Sérgio Rezende acredita ainda que a cultura de inovação irá avançar nos próximos anos de forma gradual no país com a consolidação do conjunto Subvenção Econômica + Lei do Bem (ainda pouco utilizada pelas empresas inovadoras) + Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec). Este último, ainda pouco conhecido pelos players nacionais de inovação, promete se tornar um instrumento importante na articulação entre academia e meio empresarial.
Do outro lado da página, o Jornal publica reportagem sobre um levantamento realizado pela Prospectiva Consultoria que mostra uma redução da participação de empresas no bolo de pedidos de patentes no período entre 2001 e 2009. Elas representaram apenas 39% dos 2.568 pedidos analisados pelo INPI contra 61% das universidades. No Brasil, pesquisa e desenvolvimento ainda residem na academia.
Nossa expectativa é a mesma que a do ex-ministro: com o passar dos anos, graças aos mecanismos atuais e novos somados o aumento de casos de sucesso, haverá um avanço significativo na cultura de inovação no país.
Escrito por Eduardo Emrich