Como apaixonados pela inovação e pelo desenvolvimento tecnológico, nós da Biominas Brasil estamos acompanhando diariamente os desdobramentos das pesquisas frente ao coronavírus. Por isso, decidimos lançar semanalmente um pequeno resumo dos avanços tecnológicos que estão sendo feitos no Brasil e no mundo. Portanto, fique atento às nossas redes sociais.
1. O panorama de vacinas sendo desenvolvidas no mundo
A revista Nature disponibilizou um compilado das potenciais vacinas contra o Covid-19 e seus estágios de desenvolvimento pelo mundo. O mapeamento é feito através de vacinas cadastradas na OMS e também por base de dados públicos de pesquisa.
Até o momento, são 78 pesquisas de vacinas com estágio de desenvolvimento verificado e 37 não verificadas. Dentro deste número, já existem 5 que estão em fase clínica, mostrando grande rapidez nos processos de pesquisa e desenvolvimento das instituições.
A maioria das atividades de desenvolvimento de vacinas COVID-19 ocorre na América do Norte, com 46% das vacinas candidatas verificadas, em comparação com 18% na China, 18% na Ásia (excluindo China) e Austrália, e 18% na Europa.
Na imagem abaixo é possível observar o perfil dos desenvolvedores das potenciais vacinas nessas regiões, notando-se uma alta participação de empresas privadas na pesquisa e desenvolvimento. Veja mais informações aqui.
2. Testes clínicos para um possível tratamento
Um estudo feito na Universidade do Texas e divulgado pela Associação Médica Americana, levantou até o dia 25/03, 109 testes clínicos para o tratamento do coronavírus. Vale ressaltar que o estudo não considerou vacinas e medicamentos pediátricos.
Algumas drogas apresentam resultados preliminares positivos, como o antiviral Remdesivir (criado para combater o vírus responsável pelo Ebola). Um teste que reuniu dados de 53 pacientes tratados com esse medicamento nos EUA, Itália, Japão e Canadá, viu melhora em 68% deles com a droga.
Contudo de acordo com notícias de 24/04, o estudo do antiviral Remdesivir foi suspenso pela farmacêutica Gilead, desenvolvedora do remédio, dado fortes efeitos colaterais.
Fonte: O Globo
O Remdesivir era um dos quatro tratamentos escolhidos para o programa Solidarity, da OMS (Organização Mundial da Saúde) que articula um teste em grupos maiores em vários países. Os outros fármacos no projeto são o anti-HIV Kaletra (combinação dos fármacos lopinavir e ritonavir), o interferon-beta, usado para artrite reumatóide, e a variação cloroquina/hidroxicloroquina, usada contra malária.
Contudo, os estudos já produzidos não possuem ainda a rigorosidade necessária para comprovar a eficácia das drogas em análise.
Para mais informações, acesse o site.
3. O impacto da tecnologia no dia a dia da doença
O Hospital das Clínicas de São Paulo conta com 3 robôs para auxiliar na triagem de pacientes suspeitos de Covid-19. Assim, um enfermeiro consegue controlar o robô evitando um possível contato com o vírus e protegendo ainda mais os funcionários do hospital. Além disso, os robôs estão sendo utilizados com pacientes na UTI e para a comunicação interna entre médicos e familiares. Além disso, é possível ajudar pacientes a se comunicarem com a família e a receberem tratamentos psicológicos.
4. IA para diagnósticos
Pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein, junto a cientistas do Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde (Labdaps), da Universidade de São Paulo (USP), elaboraram um algoritmo de inteligência artificial (IA) capaz de detectar quais pacientes estão infectados pelo novo coronavírus, por meio de exames de sangue de rotina e de informações básicas da internação das pessoas na unidade hospitalar.
Até o momento da matéria, o hospital já havia treinado o dispositivo com 70% dos casos disponíveis no hospital e validado com os outros 30% para validar a eficiência da IA. Ainda serão feitos outros testes e validação para que a máquina seja disponibilizada para outros hospitais.
5. Os desafios dos testes de anticorpo
Nas últimas semanas, os Estados Unidos viram o primeiro lançamento de exames de sangue para anticorpos contra o coronavírus, amplamente anunciados como ferramentas cruciais para avaliar o alcance da pandemia no país, reiniciar a economia e reintegrar a sociedade. Mas, apesar de todas as promessas, os testes – destinados a sinalizar se as pessoas adquiriram imunidade ao vírus – já estão causando preocupações.
O governo federal estadunidense agora é criticado por autoridades de saúde pública e cientistas por liberar os testes de anticorpos com muita rapidez e sem um exame adequado. O FDA permitiu que cerca de 90 empresas, muitas com sede na China, vendessem testes que não foram aprovados pelo governo, dizendo que a pandemia justifica uma resposta urgente. A agência alertou que algumas dessas empresas estão fazendo alegações falsas sobre seus produtos. As autoridades de saúde, assim como órgãos no exterior, encontraram testes extremamente falhos.
A maioria dos testes agora disponíveis sinalizam pelo menos algumas pessoas como tendo anticorpos quando não o têm, o que poderia promover a falsa ideia de que essas pessoas têm imunidade. E mesmo que os testes melhorem a qualidade, sua disponibilidade pode ser afetada pelas mesmas falhas de fabricação que impediram que outros testes de diagnóstico de Covid-19 aumentassem adequadamente.
Epidemiologistas estão testando anticorpos em locais-chave para medir melhor a extensão dos surtos nos EUA, e funcionários do governo americano pretendem usar esses resultados para ajudar a decidir quando e como voltar à vida cotidiana. Mas muitos cientistas e líderes políticos dizem que o país não está nem perto de implantar testes de diagnóstico e anticorpos suficientes na velocidade e no volume necessários.
Entenda mais o cenário americano aqui.