Separamos para esta semana 5 inovações, desde soluções digitais até tratamento e vacinas, voltadas para o combate do novo coronavírus. Você pode conferi-las abaixo:
Estudo avançado para uma vacina em Oxford
Cientistas do Instituto Jenner da Oxford University estão avançando os estudos e testes de uma vacina, tendo provado em ensaios anteriores que inoculações semelhantes – incluindo uma no ano passado contra um coronavírus anterior – eram inofensivas para os seres humanos. Isso lhes permitiu avançar e agendar testes de sua nova vacina contra o coronavírus envolvendo mais de 6.000 pessoas até o final do próximo mês, na esperança de mostrar não apenas que é seguro, mas também é eficiente.
Os cientistas de Oxford dizem agora que, com a aprovação emergencial dos órgãos reguladores, milhões de doses da vacina poderão estar disponíveis até setembro – pelo menos vários meses antes de qualquer outro esforço anunciado – se provar ser eficaz.
Além disso, sendo o primeiro teste a atingir uma escala relativamente grande, mesmo que a vacina falhe, fornecerá lições sobre a natureza do coronavírus e sobre as respostas do sistema imunológico que podem informar governos, empresas farmacêuticas e outros cientistas em busca de uma vacina.
\”É um programa clínico muito, muito rápido\”, disse Emilio Emini, diretor do programa de vacinas da Fundação Bill e Melinda Gates. Emini acredita que, de qualquer forma, seria necessária mais de uma vacina. Algumas podem funcionar mais efetivamente que outras em grupos como crianças ou idosos, ou com diferentes custos e dosagens. Ter mais de uma variedade de vacina em produção também ajudará a evitar gargalos na fabricação, disse ele.
Você pode ver os detalhes dessa notícia aqui.
Compilado realizado pela revista Nature com o cenário das vacinas estudadas
Mais de 90 vacinas estão sendo desenvolvidas contra o SARS-CoV-2 por equipes de pesquisa em empresas e universidades de todo o mundo. Os pesquisadores estão testando diferentes tecnologias, algumas das quais nunca foram usadas em uma vacina licenciada antes. Pelo menos seis grupos já começaram a injetar formulações em voluntários em testes de segurança; outros começaram a testar em animais.
Todas as vacinas visam expor o corpo a um antígeno que não causa a doença, mas provocará uma resposta imune que pode bloquear ou matar o vírus se uma pessoa for infectada. Existem pelo menos oito tipos sendo testados contra o coronavírus, e eles dependem de diferentes vírus ou partes virais.
Segue um pequeno resumo de como as principais vacinas estudadas funcionam. Ressalto que em cada uma das opções é possível utilizar abordagens diferentes, nosso objetivo aqui é oferecer um panorama geral de cada metodologia.
Vacinas usando o vírus
Pelo menos sete equipes estão desenvolvendo vacinas usando o próprio vírus, de forma enfraquecida ou inativada. Muitas vacinas existentes são feitas dessa maneira, como as contra o sarampo e a poliomielite, mas requerem testes de segurança extensivos.
Vacinas de vetores virais
Cerca de 25 grupos dizem estar trabalhando em vacinas de vetores virais. Um vírus como sarampo ou adenovírus é geneticamente modificado para produzir proteínas de coronavírus no organismo. Esses vírus estão enfraquecidos e não podem causar doenças.
Vacinas de ácido nucléico
Pelo menos 20 equipes têm como objetivo usar sequências genéticas (na forma de DNA ou RNA) que expressam determinada proteína do coronavírus que pode induzir uma resposta imune. O ácido nucleico é inserido nas células humanas, que produzem cópias da proteína do vírus.
Vacinas à base de proteínas
Outros querem injetar proteínas de coronavírus diretamente no corpo. Ou seja, fragmentos de proteínas ou invólucros de proteínas que imitam a camada externa do coronavírus.
As empresas e instituições que estão na corrida por uma vacina estão acelerando as etapas dos processos de P&D para que em 18 meses tenhamos uma vacina pronta.
Este artigo foi adaptado e traduzido do artigo “The race for coronavirus vaccines: a graphical guide.
Últimas pesquisas quanto a transmissão por ar do coronavírus
Os cientistas concordam que o vírus, que infectou quase 2 milhões de pessoas em todo o mundo, é transmitido principalmente através de gotículas – partículas maiores que 5 micrômetros – quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala.
Essas gotículas voam pelo ar antes de pousar em outra pessoa, é claro. Mas os cientistas ainda não sabem ao certo em que grau uma nuvem de minúsculas partículas virais – conhecidas como aerossóis (menores que gotículas) – pode permanecer no ar e infectar a próxima pessoa que caminha pelo mesmo espaço. Isso é conhecido como transmissão aérea. Contudo a Organização Mundial da Saúde afirmou em março que esse não é o caso do coronavírus.
Uma pesquisa publicada segunda-feira (27/04) na revista Nature encontrou altas concentrações de vírus vivos no ar e em torno de dois hospitais em Wuhan, China. O estudo mostrou que partículas virais estavam presentes em amostras de ar dos banheiros de pacientes, em salas onde os profissionais de saúde removem seus equipamentos de proteção e em dois locais públicos lotados perto dos hospitais.
Uma forma aerossolizada do vírus \”significa que a gota não diminui imediatamente; fica por um tempo\”, Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas explica.
Um estudo recente do National Institutes of Health descobriu que as partículas de coronavírus poderiam se formar em aerossol por até três horas. Mas os pesquisadores usaram uma máquina de alta potência para produzir os aerossóis, então eles provavelmente não eram idênticos aos produzidos pela tosse.
Linsey Marr, especialista em transmissão de aerossóis da Virginia Tech, também disse ao New York Times em março que, em geral, um aerossol lançado a uma altura de cerca de 1 metro deve cair no chão após 34 minutos. Além disso, ela acrescentou que a quantidade de vírus que permanece no ar como aerossol provavelmente é muito pequena para infectar alguém.
A notícia completa pode ser acessada no link.
Aplicativo de inteligência artificial para identificar a Covid-19 em imagens de raio-x
Os professores Filipe Braida e Leandro Alvim, do Departamento de Ciência da Computação do Instituto Multidisciplinar, campus Nova Iguaçu da UFRRJ, desenvolveram o XRayCovid-19, um aplicativo que utiliza Inteligência Artificial para auxiliar o sistema de saúde no processo de diagnóstico da Covid-19.
O sistema está em fase experimental no OpenLab do Programa de Pós-graduação em Humanidades Digitais. O sistema realiza a avaliação de um raio-x e verifica se a imagem possui o padrão associado à Covid-19, à pneumonia comum ou a nenhuma das duas.
O objetivo é disponibilizar essa ferramenta para contribuir com o sistema público de saúde no enfrentamento da atual pandemia, assim como das demais doenças respiratórias.
Essa notícia foi originalmente publicada no site da UFRRJ.
Estudos de tratamentos utilizando anticoagulantes
Um estudo realizado pela médica Elnara Negri, pneumologista e professora da Faculdade de Medicina da USP, analisa o uso do medicamento Heparina, nome genérico de um anticoagulante, em pacientes contaminados pelo coronavírus.
A pesquisa identifica que o vírus causa uma coagulação no sistema vascular de todo o pulmão e também de outros órgãos, como o coração, rim, e até da pele. De acordo com a pré-publicação do estudo, o trombo formado pelo vírus impede a circulação sanguínea e, assim, a respiração, uma vez que sangue e ar devem se encontrar nos alvéolos, localizados na ponta dos brônquios, para que a ação respiratória aconteça.
O uso do anticoagulante ainda é experimental e foi usado em 30 pacientes do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Destes pacientes, nenhum morreu e apenas dois seguem internados. A faixa etária dos contaminados testados é de 39 a 96 anos, sendo estes, 70% homens e 30% mulheres, alguns cardíacos e diabéticos.
A notícia foi publicada no link.
Além deste estudo, pesquisadoras da Fiocruz divulgaram uma pesquisa utilizando modificadores de coagulação para o tratamento do COVID-19. O objetivo é fornecer as primeiras evidências da aplicabilidade de medicamentos aprovados comercialmente no tratamento do COVID-19.
O estudo encontrou os melhores desempenhos em alguns medicamentos, incluindo componentes antivirais e medicamentos classificados como modificadores da coagulação, IECA, dentre outros.
A publicação completa pode ser baixada aqui.
Soluções Digitais
Em meio a tanta informação e desinformação referentes ao novo coronavírus, algumas instituições estão se comprometendo em compilar as informações de pesquisa e atualizações do vírus.
A plataforma PubCovid-19 apresenta os artigos científicos publicados sobre o COVID-19, indexados nas plataformas Pubmed e EMBASE. Criando assim, uma base indexada por temas cujos artigos são atualizados diariamente. O grande objetivo é facilitar o acesso a informação de maneira ordenada, visto que há um grande número de publicações sendo feitas todos os dias.
Já o Covid-19 Tech Support é um serviço de assistência e de suporte técnico em computação para aqueles que ajudam a enfrentar a crise do coronavírus. É um projeto vinculado ao Code4Covid, uma comunidade de mais de 900 profissionais voluntários de TI e programação cuja missão é encontrar soluções tecnológicas para os problemas que surgirão devido à crise do COVID-19. Os voluntários da iniciativa têm experiência em empresas como Google, Facebook e Microsoft e possuem experiência em desenvolvimento web, design, gerenciamento de projetos, TI e muito mais.
Conheça também pesquisadores e startups da Biominas que estão na linha de frente no combate ao COVID-19!