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Empresas incubadas brasileiras faturaram R$ 2,5 bilhões

Engana-se quem pensa que as empresas incubadas por, na maioria das vezes, estarem associadas a ambientes acadêmicos, não são um negócio lucrativo. Conforme dados da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), hoje existem no Brasil cerca de oito mil companhias em desenvolvimento neste modelo de fomento e elas faturam juntas R$ 2,5 bilhões.

Em Belo Horizonte, a Habitat, incubadora de empresas na área de biociências gerida pela Fundação Biominas, é prova de que incubação e rentabilidade são sim conceitos associados. Desde a fundação da Habitat em 1997, 43 empreendimentos já passaram pelo local gerando durante o processo de maturação receita de R$ 107 milhões, além de R$ 15 milhões em impostos.

Já considerando o período pós-incubação, as 17 companhias graduadas na Habitat até o ano passado registraram faturamento na ordem de R$ 477 milhões e R$ 63 milhões em impostos.

Além do caráter rentável do modelo, a diretoria de operações da Biominas, Angélica Salles, disse que a incubadora tem papel determinante no desenvolvimento do cluster de biotecnologia da Capital.

O Arranjo Produtivo Local (APL) do setor na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) concentra atualmente 100 corporações. De acordo com os dados da Biominas, o país mantém hoje 253 empresas do ramo, ou seja, somente BH detém cerca de 40% do mercado nacional.

Uma especificidade das empresas incubadas deste ramo de negócios é que o amadurecimento é mais lento do que em outros setores. Isso porque as companhias de biociências precisam ser equipadas com infraestrutura adequada para atender a uma série de condições sanitárias. Além disso, o processo de licenciamento é mais complexo e demorado.

Consequentemente, a incubação que em média dura entre dois e três anos em outros segmentos, se estende por até oito anos na Habitat. Angélica Salles acrescentou que em alguns casos, o período é ainda maior devido à dificuldade das companhias em se instalarem em local adequado seguindo as normas do setor.

Hoje 20 empresas estão incubadas na estrutura que comporta, entre outras, central de lavagem e esterilização, câmaras frias e salas privativas.

Como resultado do longo processo de fomento dos negócios incubados, a Habitat que ocupa uma área de nove mil metros quadrados, sendo três mil metros quadrados construídos, demanda por um espaço maior.

Neste sentido, a incubadora já esta “de olho” no futuro. A diretora da Biominas adiantou o plano de consolidar o que chama de “condomínio de empresas”. O empreendimento comportaria além da Habitat, um espaço para as empresas já graduadas. “Com isso, poderíamos reduzir a permanência dos negócios na incubadora e dar assistência aos que já estão formados”, justificou. Conforme ela, no momento a Biominas busca parcerias para tirar o projeto do papel.

Por Raquel Gondim, Diário do Comércio, 05/07/2011.

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