Concebida em meados de 2015 a startup BioFusion nasceu da vontade dos sócios em entender com profundidade um fenômeno observado durante testes de um aditivo químico para óleo combustível importado da Ásia. Como seu custo não se mostrava viável aqui para o mercado brasileiro, a ideia foi realizar um desenvolvimento próprio para conseguir:
1º) domínio sobre a tecnologia – muito importante para apontar a utilização mais adequada do produto;
2º) desenvolver outros produtos semelhantes que fossem mais adequados às necessidades do nosso mercado; e
3º) produzir localmente com um custo mais baixo, que viabilizasse sua comercialização.
Confira a entrevista feita com a startup.
Como é o seu nicho de mercado e quais as perspectivas para ele?
O mercado para nosso produto – aditivos químicos para óleos combustíveis derivados do petróleo – é caracterizado por um volume extraordinário, e falando especificamente do óleo combustível pesado (nosso primeiro produto), constitui-se de empresas de todos os portes que utilizam caldeiras, fornos, aquecedores, fundições, usinas, termoelétricas e demais equipamentos de queima fechada ou aberta para a geração de energia. Não há inovação neste segmento e qualquer novidade é vista com muito interesse pelos participantes, porém as grandes empresas energo-intensivas desse mercado, sempre exigem que todas as normas de segurança e regulamentações sejam cumpridas à risca antes de utilizarem qualquer novo produto.
Qual o problema e solução que o seu negócio propõe?
Basicamente nosso produto consegue uma redução no consumo do óleo combustível pesado, de até 20%, o que viabiliza financeiramente sua introdução pelas empresas. Em segundo lugar – e talvez mais importante para a sociedade – conseguimos reduzir o nível de emissão de poluentes e gases do efeito estufa.
Como está sendo o desenvolvimento de produção da sua tecnologia?
Estamos na fase de prototipação do produto. Realizamos testes de bancada e obtivemos algum sucesso na reprodução do produto importado, mas ainda não está finalizado o contratipo nacional. Para finalizar este desenvolvimento para um produto acabado e pronto para comercialização serão necessários ainda uma série de testes que envolvem recursos tanto em termos de tempo (estimado em 1 ano), como financeiros (o valor total estimado para finalizar o desenvolvimento é de R$2,8 milhões).
Vocês já receberam investimentos ou estão em busca de investimentos do governo ou de algum fundo?
O nosso plano para cobrir as necessidades de investimento está estruturado da seguinte forma: 40% oriundos de capital próprio dos sócios; 30% oriundos de fundos de fomento do governo; e os 30% restantes oriundos de investidores que tenham afinidade com o nosso projeto. Já apresentamos propostas para obter fundos junto ao governo por meio dos programas PIPE/FAPESP, SEBRAE Inovação e SIBRATEC/SISNANO e, no momento, estamos aguardando os resultados. Ademais, continuamos divulgando nosso projeto para potenciais investidores, inclusive por meio da Biominas Brasil, e estamos aguardando um contato para conversar com a FAPEMIG.
Biofusion no BioStartup Lab*
A equipe da Biofusion, representada pelos integrantes Shigemi Takayasu (Operações), Marcos Sakamoto (Suporte a negócios) e Marcos Baldrighi (Comercial), participou da 1ª rodada do BioStartup Lab (BSL) e compuseram a “turma” de meio ambiente.
Mesmo sendo de São Paulo e não podendo estar fisicamente 100% do tempo em Belo Horizonte, a equipe soube se dividir muito bem entre as semanas, alternando o representante nas semanas obrigatórias do BSL, e assim conseguiram manter o ritmo de desenvolvimento da Biofusion e aproveitar o conteúdo do programa.
“Por meio do programa BSL, conhecemos em detalhe duas abordagens de negócios (Lean Canvas e Pitch Paper) que quando conjugadas produzem um resultado poderoso: um plano de negócios simples na forma e rico no conteúdo. Porém, como “nada cai do céu”, é preciso dedicação e constantes “pivotagens” para alcançar os resultados desejados, ou seja, convencer e conquistar os investidores. O pessoal de apoio, a interação com os demais grupos, as palestras com especialistas convidados, a metodologia, as ferramentas de coaching e avaliação, a infraestrutura do espaço de co-working e o ambiente de troca de ideias foram extremamente positivos.” Shigemi Takayasu
Próximos passos para a startup após o BSL
Utilizando as ferramentas e conhecimentos adquiridos, estamos mais seguros para apresentar de forma clara e objetiva o nosso projeto a todo o tipo de público que possa se interessar em fomentar, apoiar e investir no nosso projeto. Teremos um momento agora para refletir nos pontos onde há possibilidade de melhorias, que foram identificados nas diversas etapas do processo de aceleração do programa.
Conheça mais sobre o Biofusion: www.biostartuplab.org.br/startups/
*O Biostartup Lab é uma iniciativa da Biominas Brasil e do Sebrae Minas voltada para pessoas interessadas em criar soluções na área de ciências da vida. Contamos com um time de especialistas e mentores interessados em soluções para desafios nas áreas de saúde humana, digital health, agronegócios, saúde animal, e meio ambiente. O programa de pré-aceleração de startups tem duração de 3 meses e está com as inscrições para a 2ª rodada abertas até o dia 26/06.
Saiba mais no site do programa: www.biostartuplab.org.br