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O Inovação que Inspira traz hoje a entrevista com Viviane Müller, ela é bióloga e há cerca de 10 anos trabalha com inovação. Como cientista seu maior anseio sempre foi ver o conhecimento sendo aplicado e gerando resultados concretos para as pessoas. Para Viviane, o principal diferencial de um profissional que trabalha com inovação é a disponibilidade e interesse genuíno para conhecer as dores dos clientes e potenciais futuros clientes, e assim descobrir quais são os problemas reais.
Essa entrevista faz parte do Inovação que Inspira, projeto que surge em comemoração aos 30 anos da Biominas Brasil, reforçando seu compromisso em tornar as empresas cada vez mais inovadoras e conectar profissionais de inovação. Essa série de entrevistas traz insights de profissionais que trabalham com inovação no Brasil. Trajetórias profissionais que têm em comum a paixão por inovar.
Trajetória profissional
Viviane é bióloga de formação, com mestrado em biotecnologia e doutorado em física biomolecular. Desde o doutorado sua atividade esteve relacionada à inovação, \”(…) todo cientista busca como saber aplicar na prática aquilo que a gente aprende e estuda por tantos anos. Desde o meu doutorado eu buscava muito isso com meu orientador, quais são as perguntas das empresas, o que a gente vai estudar aqui que vai gerar conhecimento e ser aplicado na sociedade, eu tinha muita sede disso.\”
Trabalhar em um ambiente que incentiva a inovação é muito importante. Viviane reconhece que o compromisso da empresa onde trabalha atualmente com a inovação é essencial, por exemplo, através dos treinamentos de ferramentas de inovação e grupos de trabalho multidisciplinar.
O que mais motiva a trabalhar com inovação?
O impacto social do seu trabalho é sua principal motivação, isso permitiu a ela conciliar suas ambições pessoais com seu objetivo de carreira. “Essa questão da sustentabilidade, e saber que as soluções que nós desenvolvemos, uma vez que aplicada à realidade dos clientes vai gerar para o consumidor final muitos benefícios, isso associado às questões de sustentabilidade é algo que me motiva muito, trabalho em algo que tem um propósito por trás muito grande.”
“O que brilha meus olhos hoje é a oportunidade de aplicar na prática ver o meu conhecimento sendo aplicado a um produto que tem um cliente usando, que traz um benefício real e mensurável.”
O que favorece a Inovação?
A cultura de empoderamento. É importante empoderar os atores de um projeto ou grupo a tomarem decisão, se sentirem donos daquele projeto, daquele objetivo, daquele propósito. E esse empoderamento não é aplicado da mesma forma em todos os projetos, é algo customizado a cada perfil. É importante oferecer ferramentas, técnicas, treinamentos, para que cada grupo esteja empoderado, para que o projeto funcione ao máximo.
Colaboração também é um aspecto cultural muito forte, porque a inovação demanda cooperação. A gente não consegue fazer nada sozinho, garantir que haja um espírito de colaboração entre os funcionários é primordial. Eu preciso saber que eu posso contar com você, que você está à disposição e que você tem tanto interesse quanto eu para que a inovação dê certo.
Qual habilidade é mais importante para um profissional de inovação?
Um perfil de liderança é muito importante para que a inovação aconteça, mas outros fatores também são muito importantes, por exemplo, a curiosidade. A pessoas deve ter um senso crítico muito forte, porque ela quer encontrar alternativas ao invés de se conformar com a maneira que as coisas têm sido feitas. É muito difícil encontrar todas características em uma ou duas pessoas, então a inovação demanda uma colaboração muito grande, e o envolvimento de muitos atores para que ela aconteça. \”Colaboração é super importante para que você consiga ter no seu contexto um líder, um empreendedor um curioso, colaboração é algo que permeia tudo isso.\”
\”Sou crítica em relação às teorias relacionadas à inovação, acho que é bastante útil mas você tem que saber muito como usar. Eu diria que a preocupação não seja somente em treinamento de novas ferramentas de inovação, novas abordagens e teorias (…) eu diria que a pessoa que quer inovar em algum setor deve ter uma disponibilidade e interesse genuíno em conhecer as dores dos clientes e potenciais futuros clientes, quais são realmente os problemas, reforçar sua rede de contatos no setor, ter essa disponibilidade de ouvir, conhecer profundamente em detalhes quais são os problemas, para que então você possa garantir que as soluções que você está se propondo a fazer possam realmente abraçar problemas reais, desafios concretos dos seus clientes.\”
Não dá para ter medo de errar, não dá para querer inovar num ambiente onde a cultura do errar seja algo punido, bloqueado, não tem como. Não vai haver inovação do ambiente assim, a empresa precisa proporcionar um ambiente livre disso, um ambiente onde o erro seja visto como uma oportunidade de aprendizado de verdade não só na teoria, e as pessoas se sintam sem medo de errar, sem medo de ser ousado, ambicioso, sem medo de propor coisas realmente novas, não pensadas, não propostas antes.
O medo de errar te deixa bloqueado e as dificuldades aumentam exponencialmente.
O que mais marcou na conversa com Viviane
É muito marcante ver o comprometimento dos profissionais em trazer um benefício concreto para a sociedade, sobretudo cientistas que dedicam tantos anos da sua carreira estudando e buscando soluções. Certamente a força que Viviane e outros pesquisadores cultivaram durante o largo período de formação, confere às atividade na indústria um sentimento de realização especial.
Na entrevista com a Viviane o que mais marcou, no entanto, foi a consciência e comprometimento com a cooperação, é ela que permite que habilidades diferentes se encontrem e somem, favorecendo assim o desenvolvimento de um projeto de inovação. “A gente não consegue fazer nada sozinho, garantir que haja um espírito de colaboração é primordial.” Não poderíamos concluir esse artigo sem agradecer à disponibilidade e atenção da Viviane em colaborar com esse projeto, certamente sua trajetória irá inspirar a muitos profissionais.
*Trechos transcritos integralmente da entrevista.