Quando falamos em validar um modelo de negócio, duas perguntas são importantes 1 – O que quero entregar? e 2 – Como vou fazer isso?. É importante que o empreendedor esteja aberto a modificar sua estratégia, e para saber o que deve ser modificado o empreendedor deve validar seu modelo de negócio. Validar é colocar ‘o que’ e ‘como’ constantemente à prova, escutar a opinião do consumidor com inteligência e abertura para, de fato, alinhar expectativas e avançar com melhorias, ou até mesmo desistir e recomeçar algo completamente novo.
Antes de validar um modelo de negócio a startup deve estar estruturada em outros aspectos que não serão abordados nesse artigo, como por exemplo do ponto de vista legal, financeiro e equipe de trabalho. Esses assuntos e tantos outros são tratados com mais profundidade nos módulos do curso Biostartup Academy, curso on-line de pré-aceleração de startups, construído a partir da metodologia empregada no Biostartup Lab, programa validado e premiado nacionalmente.
Dito isto, podemos aprofundar no tema desse artigo que é a validação do modelo de negócio e como a matriz de priorização de hipóteses pode ser empregada nessa etapa. Para validar o produto o empreendedor precisamos coletar as impressões do consumidor final acerca do seu produto ou serviço. Isso pode ser feito de várias formas, seja utilizando dados primários como entrevistas qualitativas e questionários ou através de dados secundários obtidos em bases de dados, pesquisas de mercado e estudos publicados sobre o assunto em questão.
O primeiro passo, antes mesmo de iniciar uma abordagem qualitativa ou quantitativa para validação de um produto ou serviço, é sair da armadilha do ‘eu acho’ e começar a levantar hipóteses concretas sobre o seu modelo de negócio. As hipóteses orientam todos as atividades subsequentes, e a partir das hipóteses levantadas o empreendedor consegue abordar o consumidor final de forma mais objetiva, e assim tirar conclusões mais assertivas sobre o que, de fato, pode ser aperfeiçoado no modelo de negócio.
Foi pensando na importância de definir hipóteses de forma clara e objetiva que a equipe da Biominas construiu uma importante ferramenta para apoiar os empreendedores nessa etapa, a Matriz de Priorização de Hipóteses – o download dessa ferramenta pode ser feito nesse link. A seguir será apresentado o passo-a-passo de como essa ferramenta deve ser utilizada.
1º passo
Levantar hipóteses acerca do seu modelo de negócio. Neste momento, as hipóteses levantadas podem ser totalmente certas, ou seja, existem dados que comprovem essa hipótese, ou você pode ter apenas algum indício de que a hipótese é verdadeira para seu negócio, ou uma suposição a partir da sua observação e background.
2º passo
Relacionar a hipótese a uma parte do Lean Canvas, por exemplo, a hipótese definida pode ser ‘As pessoas não consumiriam essa solução/ produto’ essa hipótese está relacionada à parte referente ao consumidor no Lean Canvas.
Hipóteses | Campo do Lean Canvas | Prioridade (1-9) |
Não teria consumidores | Cliente | ? |
O produto não é bom | Solução | ? |
3º passo
Identificar o grau de prioridade da hipótese. Para tanto, é necessário empregar a tabela a seguir, que também está disponível neste link, a qual relaciona o grau de certeza da hipótese levantada com o impacto que teria sobre o modelo de negócio caso essa hipótese fosse confirmada.
Usando o mesmo exemplo mencionado no 2º passo, a hipótese de que o produto não teria consumidores, nesse exemplo vamos considerá-la como indício, pois não conseguimos dados concretos que corroborem essa hipótese. E caso essa hipótese seja confirmada ela levaria a uma mudança que invalidaria o modelo de negócio. Nesse exemplo a prioridade dessa hipótese seria 3. A prioridade 1 deve ser adereçada primeiro, depois a prioridade 2, e assim em diante até validarmos todas as hipóteses acerca do negócio.
A validação precedida pela etapa de priorização de hipóteses, num momento inicial é crucial para a tomada de decisão em um projeto, esse momento é conhecido também pela expressão em inglês “go, no go”. As atividades destinadas a validar o produto podem corroborar ou refutar as hipóteses levantadas, o que pode orientar as decisões de forma mais assertiva, ou até mesmo, pode evidenciar para a equipe ‘deficiências’ tão graves que, de fato, pode inviabilizar a execução, e nesse caso seria mais prudente desistir e partir para algo completamente novo.
Esse artigo apresentou de forma breve um importante instrumento que pode ser utilizado no processo de validação, a matriz de priorização de hipótese é uma ferramenta extremamente útil para os empreendedores na etapa de validação, seja de uma startup que busca consolidar sua atuação no mercado, seja para empresas já estabelecidas que desejam lançar um novo produto ou até mesmo aperfeiçoar um produto que já esteja no mercado. Lembrando que a empresa deve estar sempre disposta a realizar as mudanças necessárias para adequar seu modelo de negócio.
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Referências
Customer Development: Como validar minha startup? – BNDES Garagem Pergunta 2 – Bernard De Luna – Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9HUCTR0pyKY
Módulo Product/Market Fit – Biostartup Academy – Disponível em: https://biominas-academy.eadbox.com/