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O Bioempreendedorismo pode ser ensinado?

Empreendedorismo, Ciências da Vida e Biotecnologia: entenda como o bioempreendedorismo é uma importante ferramenta para gerar o desenvolvimento de novos negócios

 

As Ciências da Vida é uma área que vem sendo explorada pelos seres humanos através dos milênios, trabalhada, descoberta e desenvolvida cada vez mais com o passar do tempo. Atualmente, outra área que está sendo bem desenvolvida e que foi formulada por nós como uma estratégia econômica no âmbito de Sociedade desenvolvida pela espécie, é o empreendedorismo, então considerada relativamente recente a sua estruturação e aplicação social. Um estudo realizado sobre filosofias de mercado e sociedade no artigo científico “Bioempreendedorismo: as necessidades de competências na indústria das ciências da vida e como obtê-las através da educação formal”, escrito por Eduardo Barroco de Melo, publicado no ano de 2015 pela Universidade de Coimbra, baseado principalmente, mas não somente,  em filósofos como Schumpeter e Kirzner, acerca do que se compõe o empreendedorismo.

Em outras palavras, o empreendedorismo em geral é definido, por Schumpeter, como uma inovação capaz de alterar o mercado, através de maneiras distintas, sendo este então o foco principal. Já Kirzner apresenta o empreendedorismo como uma oportunidade de aproveitar as necessidades do mercado, portanto todo o desenvolvimento científico e econômico teria este objetivo. O autor constata então que, apesar das divergências de uma definição precisa do que é empreender, há algumas concordâncias que podemos levar em consideração, como a consciência de risco que o empreendedor deve ter, já que estará abrindo novos mercados com a inovação; a exigência de um esforço organizativo, para que consiga explorar diversas maneiras de se aproveitar uma oportunidade; e o comprometimento com a inovação, já que seria necessário criar e ir adiante com algo que não exista ou que não seja atuante na linha de frente do mercado com o modelo já existente.

Deste modo, quando integramos as esferas de biotecnologia e  ciências da vida com o empreendedorismo, pensamos logo que seria algo fácil de se resolver, apenas unindo os conhecimentos das duas áreas. Porém, na prática, não é bem assim que funciona. O ramo das Ciências da Vida, apesar de receber grandes investimentos, não possui ainda um retorno financeiro lucrativo na maioria de seus aplicadores. A grande parte  das novas empresas que começam a empreender neste segmento acabam por desenvolver a ciência, mas de um modo que não há um retorno sobre o investimento ou que consiga se fazer um mercado em potencial deste serviço ou produto. Isto nos leva a crer que o problema então se volta na integração destas duas áreas, em especial por parte do empreendedorismo. A fim de ser resolvido este conflito com educação, pense  na seguinte questão: “O empreendedorismo é ensinável?”. Este pensamento é trabalhado por Melo através de conceitos filosóficos qualitativos e quantitativos, com a proposta de designar um caminho para qual a educação do bioempreendedorismo seguirá. Para isso, o autor do artigo fez uma entrevista semiestruturada com bioempreendedores, gerando assim 80 conceitos dentre 5 categorias (objetivos, resultados de aprendizagem, conteúdos programáticos, metodologia de ensino/aprendizagem e metodologia de avaliação) com os pontos mais relevantes e importantes dentro dessa esfera de conhecimento. Além disto, fez-se uma pesquisa online com os conteúdos disponíveis na internet através da ferramenta de pesquisa Google, com apontamentos em sites de diversas universidades pelo mundo inteiro, gerando então dados que puderam ser comparados com as informações recolhidas na entrevista, com a finalidade de hierarquizar os conceitos de acordo com as relevâncias e presença deles em tabelas de acordo com cada uma das 5 categorias desenvolvidas pelo autor.

Por fim, o investigador define uma linha própria dos conceitos necessários para a aprendizagem em bioempreendedorismo, dentro das 5 categorias determinadas anteriormente em relação aos estudos realizados por ele. Esta linha de raciocínio, segundo o autor, não deverá ser levada como uma recomendação de verdade absoluta, mas sim, com uma codificação seletiva baseada em seus estudos realizados e através de toda a argumentação feita por ele no decorrer do artigo, a criação de uma “ferramenta útil ao debate sobre o Ensino para Bioempreendedorismo”, como ele mesmo explica. Da mesma forma, o investigador também elabora diversas competências que o graduado terá após a conclusão da trilha de aprendizado proposta.

Em síntese, podemos notar que é possível sim ensinar sobre bioempreendedorismo, porém devemos ter a consciência de que a sua grade curricular e toda a projeção que a compõem podem e devem ser distintas umas das outras, de acordo com a instituição de ensino e objetivos impostos na criação e elaboração de todo o curso. Esta, então, seria uma solução plausível para o grande problema que esta área encontra, como o despreparo profissional e falta de experiência daqueles que se aventuram em começar neste mercado emergente.

 

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