Iniciamos nesta semana a terceira rodada do programa Biostartup Lab, voltado para identificar e preparar pesquisadores e empreendedores no esforço de transformar ciências da vida (hard science !, na maioria) em startups inovadoras.
Hoje, medimos o sucesso do programa pela quantidade de projetos recebidos (+400), inserção dos projetos em aceleradoras e incubadoras (+20) e criação de startups (muitas). Resultados como este nos trouxeram o prêmio Anprotec e SEBRAE Nacional de melhor programa de empreendedorismo inovador do país em 2016. Nos próximos anos, queremos usar outros indicadores, como volume de investimento alocado nas startups apoiadas, número de acordos de co-desenvolvimento, licenciamento e de transferência de tecnologia com empresas e receita recebida com produtos e serviços no mercado.
Os desafios são muitos: incertezas regulatórias, risco tecnológico, poucos investidores com apetite para o ‘vale da morte’, dificuldades na interação com grandes empresas, etc… Vamos voltar a estes assuntos nos próximos artigos, não para reclamar, mas no intuito de apresentar exemplos, alternativas e novos modelos, que já existem em outros países do mundo. Iniciativas como a que tive acesso nesta semana da Apollo Therapeutics, um fundo de £ 40 milhões formado em 2016 por três big pharmas – AstraZeneca, GlaxoSmithKline e Johnson & Johnson – e os escritórios de transferência de tecnologia de três universidades inglesas – Imperial College London, University College London e University of Cambridge para identificar e investir em projetos promissores. O objetivo do fundo não é apenas fornecer recursos para o avanço dos projetos, mas também envolver a participação ativa dos parceiros industriais com seu expertise em desenvolvimento de medicamentos. Recentemente, o fundo anunciou seus primeiros 4 investimentos.
O mais fascinante é que temos visto, ao longo do programa Biostartup Lab e dos trabalhos de prospecção de tecnologias inovadoras com grandes empresas (a maior parte farmacêuticas internacionais), pessoas altamente qualificadas e estimuladas com ideias, pesquisas e resultados preliminares que apontam para negócios com muito potencial. Sim, no Brasil, por mais surpreendente que possa ser para muitos. Vamos apresentar alguns cases também. O próximo passo no apoio a esses projetos é criar mecanismos que supram as demandas por recursos financeiros, recursos humanos, know-how tecnológico e inserção no mercado, e que possibilitem o desenvolvimento dos produtos. Aí sim, seremos todos bem sucedidos.
Estes artigos são de minha autoria, com o objetivo de informar e discutir temas de empreendedorismo e inovação em ciências da vida. Fiquem à vontade para enviar comentários, cases e sugestões.
Eduardo Emrich | Diretor Presidente
Presidente & CEO desde 2003. Atua há mais de 25 anos na identificação e análise de oportunidades, na estruturação e gestão de negócios e de projetos de promoção no setor de ciências da vida.
eduardo@biominas.org.br