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Uso de Briófitas em Fármacos: uma área promissora

12

jan 2022

Por:Jhonnatan Klarosk
Inovação

Avaliação da atividade antimicrobiana de extratos etanólicos de Orthostichella rigida (Müll. Hal.) B.H. Allen & Magill (Bryophyta) frente a microrganismos patogênicos & Therapeutic potential of bryophytes and derived compounds against cancer.

As briófitas fazem parte de uma divisão do Reino Plantae. Devido ao fato de ser uma evolução diretamente ligada às algas, suas estruturas são bem ancestrais; isso nos faz acreditar que as briófitas não possuem uma capacidade muito boa de geração de bens ou serviços. Esse tipo de pensamento foi muito comum durante os últimos séculos, onde houve um foco de estudos, em peso, nas angiospermas e nas gimnospermas. Mas hoje em dia, com o avanço da tecnologia e uma acessibilidade crescente, cada vez mais podemos explorar a utilidade biotecnológica de diversos seres vivos. O Brasil possui uma diversidade muito rica de briófitas, abrindo um leque de possibilidades de estudos sobre a utilidade de certas espécies para o desenvolvimento de fármacos.

Um dos estudos que podemos mencionar para a produção de fármacos através de briófitas é intitulado “Avaliação da atividade antimicrobiana de extratos etanólicos de Orthostichella rígida (Müll. Hal.) B.H. Allen & Magill (Bryophyta) frente a microrganismos patogênicos”, publicado por Christchellyn K. Rodrigues em 2018. Nesse artigo foram feitos alguns estudos em relação às ações antibacterianas e antifúngicas das briófitas, utilizando especificamente a espécie Orthostichella rígida, encontradas no litoral norte do Rio Grande do Sul. Os métodos de avaliação da força da ação antimicrobiana do extrato foram feitos através da concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida/fungicida mínima (CBM/CFM). Foi possível observar, então, que algumas substâncias feitas através de extratos etanólicos dessa espécie apresentavam características antimicrobianas, uma vez que as suas atividades bactericidas e bacteriostáticas ocorreram em concentrações específicas entre todos os microrganismos utilizados para o estudo. Uma curiosidade que se tornou muito relevante para a efetividade destes compostos é que a produção das substâncias e força atuante delas é condizente com as estações do ano, tornando-a sazonal. No verão e no inverno, foi demonstrado um baixo nível de CIM e CBM/CFM devido ao ciclo de reprodução e desenvolvimento das briófitas, mais especificamente no processo de formação do gametângio e do esporângio. Isso ocorre porque as substâncias produzidas nessa fase possuem alto teor antibactericida e antifúngico, além de um caso que ocorre no verão, para aumentar a resistência dos gametófitos masculinos, que possuem uma taxa de sobrevivência mais baixa. No outono, os níveis de CIM e CBM/CFM se tornaram um pouco maiores, porém ainda dentro dos limites estipulados dentro da literatura para considerar uma substância potencialmente bactericida/fungicida e bacteriostática/fungistática. Já na primavera, devido à falta de processos na geração de células sexuadas e liberação dos esporos, a produção destas substâncias são reduzidas drasticamente, fazendo com que os seus efeitos antimicrobianos sejam menos efetivos. Dentre as bactérias, notou-se uma maior efetividade contra as Gram-positivas do que as Gram-negativas devido à complexidade da sua membrana externa.

Várias briófitas têm sido utilizadas no sistema tradicional da medicina para tratar várias doenças. Assim, muitos compostos bioativos e medicamente importantes têm sido isolados e testados farmacologicamente quanto à sua eficácia, em especial os terpenóides. Eles são produzidos pelas plantas a fim de protegê-las de herbívoros e patógenos, além de atrair organismos benéficos a elas. Em alguns estudos, como “Therapeutic potential of bryophytes and derived compounds against cancer”, publicado por Abhijit Dey e Anuradha Mukherjee em 2015, esses compostos foram isolados e testados para potencial anticancerígeno; em briófitas hepáticas, foi relatado o efeito antitumoral com atividade indutora de apoptose, inibindo o crescimento celular, com efeitos significativos nas células interfásicas e mitóticas. O potencial anticancerígeno dos diterpenóides amplamente distribuídos nas briófitas poderia levar à sua possível utilização como terapia contra vários cânceres humanos. Contudo, o mecanismo molecular exato permanece desconhecido em muitas das reações inibitórias.

Nota-se, então, que as briófitas têm um amplo potencial biotecnológico e biofarmacêutico para contribuir não só com a farmacologia, mas também com a agricultura e diversas outras áreas. Apesar das limitações causadas pelo período de ciclo reprodutivo das briófitas e de não ter a visibilidade necessária em pesquisas sobre sua capacidade, o amplo potencial de aplicações das mesmas está sendo desenvolvido pouco a pouco, com o maior número de pesquisas publicadas sendo na Ásia e na América, respectivamente. Sabendo que o mercado bioempreendedor necessita de uma inovação que atenda uma certa demanda, essa é uma ótima área que pode se tornar pioneira. 

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